MANITO, O PAU E O CORNO
O princesense
Nominando Diniz Neto, mais conhecido como “Manito” era advogado muito
inteligente, detentor de grande memória e muita presença de espírito. Advogava
para os mais pobres sem cobrar honorários e preferia atuar no Tribunal do Júri,
o que fazia com muita competência, graça e de graça. Certa vez, em defesa de um
agricultor aguabranquense que havia cometido duplo assassinato quando matou a
esposa e o homem com quem ela o traía, Manito, durante emocionante e
contundente discurso em defesa de seu constituído, perorou da tribuna do Fórum
de Princesa:
“Vejam, senhores jurados, quão
humilhante é a situação desse ‘corno’. Aqui, cabisbaixo na sua vergonha de
haver sido traído pela mãe de seus filhos menores. Traído covardemente, repito,
enquanto trabalhava para adquirir o sustento da família. Se não mereceu o
respeito da esposa a quem amava e respeitava, deve merecer a compaixão dos
senhores jurados e ser livre da cadeia para continuar sua faina diária, como
agricultor em busca do pão-de-cada-dia para sustentar sua numerosa prole. Coloquem-se
os senhores, neste momento, no lugar deste ‘corno’ e entenderão sua atitude que
foi tão somente um ato em defesa de sua própria honra, que foi maculada por uma
mulher a quem amava, confiava e respeitava!”.
Após a fala de
Manito, o Promotor de Justiça pediu a palavra ao Juiz e, virando-se para os
jurados - ostentando em uma das mãos um pedaço de madeira rústica, medindo
aproximadamente um metro e que estava ainda sujo de sangue -, falou quase aos
gritos:
“Eis o “Pau”, (apontando para o réu)
que esse assassino usou para matar sua mulher!”
Ao que Manito, mesmo sem pedir permissão ao
Juiz, respondeu, enfático, com uma resposta afirmativa:
“Senhores Jurados, eu garanto-lhes
que o “Pau” que provocou a desonra deste ‘corno’, era muito maior do que esse
que o senhor Promotor nos apresenta agora!”.
A obscena defesa
de Manito surtiu efeito. Após votação dos jurados, o réu foi absolvido por sete
votos a zero.
Dentre inúmeros casos e "causos", o saudoso Tio Manito, em um dos incontáveis momentos no Tribunal do Júri, certa vez, saiu da Tribuna, trancou-se na sala do Juiz pir alguns instantes, e, ao sair, perguntou ao Juiz e Promotor se eles viram o que ele fez na sala, ambos responderam negativamente. Renovou a pergunta aos Jurados, que igualmente responderam negativamente. Daí ele começou a tese: Se, aqui ao lado, ninguém viu o que fiz, como podem condenar o acusado, em um processo sem nenhuma testemunha de um crime que ocorreu em local afastado e em plena madrugada? Mais um 7 x 0 para a defesa!!! Em um outro caso, houve uma grande briga em um desafio de violeiros, com uma vítima alvejada com tiro de arma de fogo. A única testemunha da acusação, após interrogada pelo MP, respondeu de forma frágil, quando interrogada por Manito, sobre o ocorrido e o tiroteio, assim declinou: "ouvi aqueles barulhos, tabá, tabá, e só sei que os violeiros foram parar longe...", mais um 7x0..., quanta saudade e quanta carência de defesa para os humildes princesenses...!!!
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