ODE

sábado, 27 de julho de 2019

O FOGÃO DE JOAQUIM MARIANO




     JOAQUIM MARIANO era um matuto sabido, inteligente e avesso ao desperdício financeiro, principalmente, quando se tratava de seu dinheiro. Certa vez, atendendo reclamação de sua esposa, dona Lindaura, de que o fogão a gás estava com as bocas entupidas, Joaquim mandou chamar um técnico para consertar aquelas peças. Compareceu à casa de Mariano - enquanto este confabulava com alguns amigos à sala de estar -, um rapaz que se apresentou como apto para realizar os consertos. Joaquim autorizou, e o jovem adentrou à cozinha de sua casa com o mister de resolver o problema que afligia sua patroa. Passados pouco mais de dez minutos, o rapaz retornou à sala, dizendo que o serviço já havia sido executado, ao que Mariano perguntou-lhe: “Tá pronto mermo?”. O rapaz respondeu: “sim senhor”.  Diante disso, o velho indagou: “...E quanto foi?”. O jovem disse: “Vinte cruzeiros, seu Joaquim”. Joaquim Mariano olhou para o consertador, arqueou as sobrancelhas e gritou: “Lindaura, traz a caixa que o rapaz vai levar o fogão!”. Espantado, o menino disse: “Mas, seu Joaquim...”. O velho redarguiu: “É isso mesmo meu filho. Por esse preço, é melhor você levar o fogão”. Para não perder de tudo, o jovem saiu da casa de Joaquim Mariano com uma nota de cinco cruzeiros.

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