ODE

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

FAMÍLIA FERNANDES




     A família “Fernandes”, que teve como seu patriarca o senhor ANTÔNIO FERNANDES DE LIMA, que aportou em Princesa no início do século passado oriundo das bandas do Vale do Rio do Peixe, formou aqui importante núcleo familiar. Fernandes, aqui chegou para desempenhar as funções de Guarda Fiscal da Mesa de Rendas do Estado. Sua numerosa prole, toda nascida lá, se fez princesense pois aqui casaram e constituíram famílias numerosas. O velho Antônio Fernandes, ligadíssimo ao líder político Nominando Muniz Diniz – tanto politicamente quanto por laços familiares -, no período em que “seu” Mano foi apeado do poder, sofreu sérias perseguições políticas, inclusive, sendo demitido do cargo de Guarda Fiscal (equivalente ao hoje Agente Fiscal). Para recuperar seu emprego, o velho Fernandes chegou a comparecer ao palácio do Governo em protesto pela perseguição sofrida no que foi atendido e reconduzido às suas funções. Muito inteligente, espirituoso e letrado que era, Antônio Fernandes compôs uma poesia (que reproduziremos abaixo), em referência à sua demissão do emprego. De sua prolífica descendência, pontuam homens e mulheres que se destacam ainda hoje nos vários campos de atividades, técnicas, sociais, religiosas, etc. Dentre seus descendentes, encontramos um bispo da Igreja Católica (Dom Muniz); um pastor evangélico da mais importante igreja da capital paraibana (Pr. Estevam Fernandes); médicos; engenheiros; advogados, odontólogos e vários comerciantes. Mesmo diversificando as denominações, a família Fernandes sempre foi muito religiosa e, portanto, formada por pessoas decentes e representativas do nosso meio social. Este registro se faz necessário, principalmente, para resgatar a origem dos que ajudaram e ajudam ainda na construção da sociedade princesense.

 A poesia

Sou eu quem conhece a vida
Que goza um guarda fiscal
A sofrer constantemente
Sem conhecer outra igual
Disposto a todo momento
A abraçar o sofrimento
Com calma e resolução
Porque o cargo que ocupa
Não admite desculpa
Nem também reclamação

Os demais funcionários
Têm seus momentos de gozo
Têm os dias de trabalho
E também os de repouso
E o guarda por um dever
Não tem ao menos sequer
A noite pra descansar
Esteja bom, ou doente
Trabalha constantemente
Sem ter a quem reclamar

E ainda as humilhações
Que a elas vive exposto
As quais bruscamente vêm
Aumentar o seu desgosto
Ora de um tipo indecente
Ora de um chefe inclemente
Disposto a infringir-lhe o mal
Até pra se divertirem
E acham graça em perseguirem
Um pobre guarda fiscal

Segundo frei Elizeu
Tudo assim se conclui
Tudo que o homem possui
Tudo foi Deus quem lhe deu
Destes itens tiro eu
Um conceito mais firmado
Se ele foi por Deus criado
Sua origem anulou
Que a natureza tomou
Tudo quanto tinha dado


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 12 DE AGOSTO DE 2019)

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