A família
“Fernandes”, que teve como seu patriarca o senhor ANTÔNIO FERNANDES DE LIMA, que
aportou em Princesa no início do século passado oriundo das bandas do Vale do
Rio do Peixe, formou aqui importante núcleo familiar. Fernandes, aqui chegou
para desempenhar as funções de Guarda Fiscal da Mesa de Rendas do Estado. Sua
numerosa prole, toda nascida lá, se fez princesense pois aqui casaram e
constituíram famílias numerosas. O velho Antônio Fernandes, ligadíssimo ao
líder político Nominando Muniz Diniz – tanto politicamente quanto por laços
familiares -, no período em que “seu” Mano foi apeado do poder, sofreu sérias
perseguições políticas, inclusive, sendo demitido do cargo de Guarda Fiscal
(equivalente ao hoje Agente Fiscal). Para recuperar seu emprego, o velho
Fernandes chegou a comparecer ao palácio do Governo em protesto pela
perseguição sofrida no que foi atendido e reconduzido às suas funções. Muito
inteligente, espirituoso e letrado que era, Antônio Fernandes compôs uma poesia
(que reproduziremos abaixo), em referência à sua demissão do emprego. De sua
prolífica descendência, pontuam homens e mulheres que se destacam ainda hoje
nos vários campos de atividades, técnicas, sociais, religiosas, etc. Dentre
seus descendentes, encontramos um bispo da Igreja Católica (Dom Muniz); um
pastor evangélico da mais importante igreja da capital paraibana (Pr. Estevam
Fernandes); médicos; engenheiros; advogados, odontólogos e vários comerciantes.
Mesmo diversificando as denominações, a família Fernandes sempre foi muito
religiosa e, portanto, formada por pessoas decentes e representativas do nosso
meio social. Este registro se faz necessário, principalmente, para resgatar a
origem dos que ajudaram e ajudam ainda na construção da sociedade princesense.
A poesia
Sou eu quem
conhece a vida
Que goza um
guarda fiscal
A sofrer
constantemente
Sem conhecer
outra igual
Disposto a
todo momento
A abraçar o
sofrimento
Com calma e
resolução
Porque o
cargo que ocupa
Não admite
desculpa
Nem também
reclamação
Os demais
funcionários
Têm seus
momentos de gozo
Têm os dias
de trabalho
E também os
de repouso
E o guarda
por um dever
Não tem ao
menos sequer
A noite pra
descansar
Esteja bom,
ou doente
Trabalha
constantemente
Sem ter a
quem reclamar
E ainda as humilhações
Que a elas
vive exposto
As quais
bruscamente vêm
Aumentar o
seu desgosto
Ora de um
tipo indecente
Ora de um
chefe inclemente
Disposto a
infringir-lhe o mal
Até pra se
divertirem
E acham
graça em perseguirem
Um pobre
guarda fiscal
Segundo frei
Elizeu
Tudo assim
se conclui
Tudo que o
homem possui
Tudo foi
Deus quem lhe deu
Destes itens
tiro eu
Um conceito
mais firmado
Se ele foi
por Deus criado
Sua origem
anulou
Que a natureza
tomou
Tudo quanto
tinha dado
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO, EM 12 DE AGOSTO DE 2019)
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