ODE

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES





CARLOS EUGÊNIO


CARLOS EUGÊNIO LIMA FLORENTINO nasceu em 09 de setembro de 1964, no sítio “Saco dos Louros” do município de Princesa. Filho de Paulo Florentino de Souza e de dona Maria Tereza Lima Florentino é casado com dona Rosilene Gomes de Lima, com quem tem os filhos: Samuel; Vitória Eugênia e Estéfane. De um relacionamento anterior, tem uma filha chamada Beatriz.  Morou no sítio em que nasceu até seus 11 anos de idade. Mudou-se para o povoado de Lagoa da Cruz onde viveu com seus pais por seis anos, mudando-se depois para a cidade de Princesa onde residiu por cinco anos. Ainda jovem, foi morar em São Paulo onde viveu por quinze anos, retornando a Princesa, onde mora até hoje. Estudou até a 8ª série na escola “Tomé Francisco”, porém, não concluindo o ensino fundamental, o fez em São Paulo através de curso supletivo. Desde cedo, teve muita dificuldade para estudar. Quando adolescente, ganhou de presente de um tio um relógio, que vendeu para comprar um jumento (cego de um olho), para conduzi-lo, diariamente à escola. Mesmo assim, sempre foi considerado um bom aluno e com bom desempenho na sala de aula. Porém, sua tendência mesmo era para as artes plásticas.


O artista

Ainda criança, aos seis anos de idade, Carlos Eugênio descobriu que sabia desenhar e vivia a rabiscar no chão com o dedo. Na escola, observou que somente ele tinha aquela habilidade. Certo dia, na escola “Tomé Francisco”, a professora Valdeci Laje, pediu aos alunos para que desenhassem, na lousa, alguns animais que eram objeto de estudo naquele dia. Cada aluno desenhou à sua maneira. Quando chegou a vez de Carlos Eugênio, este desenhou o perfil de uma vaca e, ao terminar o desenho, a obra estava tão perfeita que todos os alunos daquela sala se puseram de pé e o aplaudiram. Foi esse o primeiro e único reconhecimento público que teve quanto à sua performance artística. Tímido, achava que desenhar era coisa de mulher. Chegado a São Paulo, viu que nas praças daquela grande cidade, a maioria dos artistas que faziam retratos das pessoas era do sexo masculino. Livre desse preconceito por ele mesmo criado, passou então a sentir-se mais à vontade. Somente depois dos 18 anos começou a desenhar, pintar e esculpir em madeira, de forma mais frequente. Em São Paulo começou a trabalhar fazendo cartazes de preços para supermercados. Porém, com o advento do “Plano Collor”, que provocou o surgimento de grande massa de desempregados nesse setor, deixou de trabalhar nessa atividade que tinha a ver com sua tendência artística e passou a trabalhar como vigilante, o que fez durante sete anos.



O agnóstico

Nascido na religião Católica, já adulto resolveu converter-se ao rito cristão orientado pelos evangélicos. Nessa religião, postulou por longos 15 anos. Com o tempo começou a questionar os preconceituosos valores cultuados pela religião protestante que censuravam ou proibiam, de forma rigorosa, alguns comportamentos o que, para um artista como ele, tornava, muitas vezes impeditiva até a sua criatividade. Observando isso com acuidade e também desacreditado das “verdades” dos pregadores e de alguns escritos contidos na Bíblia, resolveu abandonar a religião que professava e tornou-se agnóstico quando diz crer num ser superior, porém, sem frequentar religião alguma. Saído do credo evangélico e, desvencilhado das amarras religiosas, afirma sentir-se, hoje, mais livre para criar sua arte.


Sua obra

Hoje, aos 55 anos de idade, Carlos Eugênio é exímio pintor, entalhador, desenhista e escultor. Nas palavras do artista plástico princesense, Antônio Maximiano Roberto, o nosso biografado “(...) é o melhor pintor de Princesa”. Esse comentário de Maximiano é acrescentado do fato de que Carlos Eugênio nunca frequentou escola de arte alguma. Sua habilidade é puramente genuína. Mesmo assim, Eugênio afirma que Antônio Maximiano, deu-lhe muitas dicas importantes para a execução de sua arte. A sua produção artística é bastante vasta e Carlos alimenta o sonho da perfeição, por isso, trabalha todos os dias com afinco, mesmo porque, é a sua arte que lhe dá seu sustento e o da sua família. Atualmente, é o artista princesense mais prolífico em termo de produção, sendo requisitado tanto para pintar e esculpir, como também para fazer faixas, letreiros, etc. Por isso, e pelo muito que representa sua obra para Princesa, está, Carlos Eugênio Lima Florentino, a merecer esta homenagem e o reconhecimento como um princesense ilustre.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 02 de dezembro de 2019).

Um comentário: