CÍCERO BEZERRA conhecido também como “O Bandoleiro
do Nordeste”, era princesense do sítio “Escorregada”. Agricultor e pequeno
pecuarista. Até 1930 teve uma vida pacífica e normal. Não fora a “Guerra de
Princesa”, certamente teria passado pela vida como um anônimo, mais um. Cícero
Bezerra foi talvez o primeiro princesense a se apresentar ao coronel José
Pereira Lima para se alistar nas hostes dos defensores da cidade rebelada. Logo
demonstrou habilidade para liderar e mais rápido ainda foi transformado em
Chefe de Grupo de combatentes, comandante. Lutou ferozmente à frente de um
grupo de “Libertadores de Princesa” para libertar o povoado de Alagoa Nova
(atual Manaíra) das garras da polícia paraibana. Compôs colunas que tentaram
expandir a luta rebelde pelo Vale do Piancó e escapou fedendo quando fez parte
da turma de rebeldes designados para levar mantimentos aos que lutavam no cerco
ao povoado de Tavares, então ocupado pela polícia de João Pessoa.
Depoimento
Em entrevista concedida ao jornalista princesense, Sebastião
Lucena, que foi publicada através do jornal A
União em 18 de novembro de 1980, Cícero Bezerra declarou o seguinte:
“Entrei na luta, porque gostava dela, brigamos seis meses e, enquanto dos
nossos foram mortos 68 homens, deles morreram um monte. Não me lembro quantos
matei, contar num dava pra fazer, pois
eu mandava as balas pra frente e não sabia em quem elas pegavam. O coronel José
Pereira em nobreza e bondade não tinha igual. O coronel, não deu um tiro. Ele
ficava em Princesa, orientando e dando coragem a gente.”. Bezerra, malgrado ser
admirador do coronel Zé Pereira, estranhamente, depois da luta, bandeou-se para
o lado do novo prefeito de Princesa, Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano) que se
tornou adversário do coronel e comandou Princesa por vários mandatos de
prefeito. Cícero Bezerra teve idade provecta. Faleceu no início da década de
1980 com mais de 80 anos de idade.
ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 22 DE JANEIRO DE 2020.
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