OSVALDO TRAVASSOS DE MEDEIROS
OSVALDO TRAVASSOS DE
MEDEIROS nasceu em
Princesa, exatamente no número 134 da Rua Grande (Rua Coronel Marcolino), aos
oito minutos do dia 23 de maio de 1944, em plena II Guerra Mundial. O local
onde estava localizada a casa onde nasceu esse ilustre cientista princesense, é
hoje a Travessa “José Ferreira Dias” (Ferreirão). O imóvel foi demolido, na
administração do prefeito Francisco Sobreira Duarte (Chico Sobreira), para dar
lugar a uma via de acesso à recém-construída “Rua dos Bancários” (Rua
“Acadêmico José Severiano Diniz”) . Osvaldo é filho de Olívio Travassos de
Medeiros e de dona Josefina Dantas de Medeiros. Seus pais não eram de Princesa.
Olívio aqui trabalhava, mas logo foi transferido para a cidade paraibana de
Itabaiana quando o nosso biografado tinha apenas 04 anos de idade. Ali, o
menino Osvaldo fez o curso primário. Aos 11 anos de idade, já morando com seus
pais na cidade pernambucana de Nazaré da Mata, cursou o ginásio (2ª fase do
ensino fundamental) no Ginásio “São José”. Muito curioso, já nesse tempo
apresentava tendência para inventar coisas e, nesse período, juntamente com
alguns colegas de escola, fazia experiências científicas, quando conseguiu
fabricar água e repetir o feito do famoso cientista americanoThomas Alva Edison,
construindo e energizando lâmpadas incandescentes. O curso científico (médio),
já residindo em João Pessoa/PB, fez no Colégio “Linsde Vasconcelos”.Concluído o
2º Grau, prestou vestibular e ingressou no curso de Medicina da UFPB –
Universidade Federal da Paraíba. Formado em 1969, optou por fazer Residência
Médica na UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, se
especializando em Oftalmologia (1970). Logo após, foi admitido para o
Doutoramento na mesma Universidade mineira (1973/1974), sob a orientação do
famoso professor doutor Hilton Rocha, quando desenvolveu a tese sobre Transplante
de Córnea, mais especificamente no campo da “Conservação de Córneas”,
oportunidade em que desenvolveu um novo método científico nessa área. De volta
a João Pessoa, abriu sua Clínica de Olhos e logo foi nomeado professor titular
da cadeira de Oftalmologia da mesma Universidade em que se formou médico.
O cientista
Ilustrado na área que escolheu para atuar, já clinicando na Capital
paraibana, esse futuroso princesense nunca se comportou como um simples
“oculista”. Tinha ambições e seu poder de criar, aliado à sua exacerbada
curiosidade – como ele mesmo relata que desde criança ansiava por saber das
coisas, por decifrar os mistérios da natureza: queria saber por que nasciam
pintinhos de ovos e como e porque nasciam os gatinhos, etc. -, o moveram a admirar
e descobrir a vida. Desde adolescente, quando pagava a disciplina – então comum
nos cursos de formação elementar daquele tempo – “Trabalhos Manuais”,
demonstrava muita habilidade e destreza para construir coisas, construir equipamentos,
etc.Sua primeira invenção foi uns óculos de madeira com lentes e, depois, de
forma mais sofisticada, fabricou binóculos e lunetas, o que demonstra desde
cedo o seu interesse pelas coisas das ciências óticas. Já professor e
profissional consagrado, Osvaldo Travassos, sempre interessado, não somente no
desenvolvimento e progresso da ciência, mas também em facilitar e melhorar as
vidas dos que sofriam do mal que ele tinha a função de curar, começou suas
pesquisas para desenvolver inventos que fossem úteis à sua área médica. Inventou
o “OTM Estereoteste” (OTM são as iniciais de seu próprio nome, sigla usada para
patentear o invento), aparelho apropriado para avaliar a visão de crianças
ainda em tenra idade. Em sua efervescente ânsia de produzir coisas novas e
úteis, continuou no seu afã de criar e inventou um aparelho para medir a visão
de profundidade. Criou também um equipamento chamado “auto-oftalmoscópio” –
aparelho para avaliar a própria visão – que foi apresentado em um Congresso de
Oftalmologia realizado em Boston, nos Estados Unidos da América. Introduziu a
câmera de vídeo à biomicroscopia, quando, com essa adaptação, permitiu a
filmagem em infravermelho (examinar olhos no escuro), transformou-se em
verdadeiro sucesso no meio oftalmológico e foi louvado pela revista VEJA –
maior veículo impresso de comunicação semanal do país. Criou a “Lente de Gelo”
(intraocular), experiência inovadora e de sucesso que foi apresentada num
Congresso de Oftalmologia realizado no Rio de Janeiro.Além desses inventos
consagrados e das atividades em sua Clínica de Olhos, participou também de
vários Congressos e eventos outros realizados no Brasil, na Europa e nos
Estados Unidos da América. Com trabalhos publicados e vários inventos
patenteados, o professor-doutor princesense, Osvaldo Travassos de Medeiros, é
hoje um nome de alto destaque nos meios da ciência oftalmológica brasileira.
Homenagem
Escrever sobre esse distinto e célebre princesense torna-se
difícil quando a proposta do escrito obedece àregra do sucinto. Para falar
sobre a vida e os feitos do cientista Osvaldo Travassos de Medeiros, seria
necessário muito mais do que um simples Perfil Biográfico, porém, esse resgate
se faz imperativo, principalmente pelo fato de sabermos que o nosso doutor
Osvaldo nunca se furtou de dizer que nasceu em Princesa, pelo contrário, sempre
faz questão de realçar suas origens. Por isso, em 2001, por ocasião das
festividades comemorativas do 80º (octogésimo) Aniversário da Emancipação
Política de Princesa, atendendo propositura deste que escreve – quando exercia
o cargo de vereador – foi concedida, pela Câmara Municipal de Princesa, uma
“Moção de Aplauso” - pelo muito que fez e representa no seu campo de atuação
profissional- a esse destacado filho da terra princesense que, em deferência e
respeito a Princesa e à homenagem concedida pelo Poder Legislativo,compareceu
para receber a láurea e rever a Terra. Em termos de considerações no campo da
ciência, é com certeza, o cientista Osvaldo Travassos de Medeiros, o mais importante e, ao lado do coronel José Pereira Lima e do tribuno
Alcides Vieira Carneiro,forma o trio de princesenses mais destacados nos
cenários estadual e nacional, estando, portanto, a merecer pontuar na relação
dos filhos mais ilustres desta Terra.
ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTPO, EM 08 DE JANEIRO DE 2020.
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