ARIANO VILAR SUASSUNA era paraibano de Taperoá, porém,
nascido no Palácio da Redenção em João Pessoa no dia 16 de junho de 1927 e
falecido no Recife em 23 de julho de 2014. Dramaturgo, romancista, ensaísta,
poeta e professor. Idealizador do Movimento Armorial e autor das obras “Auto da
Compadecida” e “A Pedra do Reino”, dentre outras. Suassuna tinha muita
identificação com Princesa, tanto cultural quanto política e pessoal. Seu pai,
o ex-presidente (governador) do estado da Paraíba (1924-1928) era amigo do
coronel José Pereira Lima a quem apoiou durante a chamada “Guerra de Princesa”,
que neste ano de 2020 completa 90 anos. Ariano, ainda criança, viveu as agruras
daquele conturbado período por que passou o nosso Estado. Homem intelectual e
de memória fabulosa, certa vez, já idoso, em visita que fez ao “Palacete dos
Pereira”, aqui em Princesa, apreciando o acervo fotográfico ali exposto, ao
deparar-se com um quadro contido da letra e da partitura musical do “Hymno de
Princêza”, imediatamente pôs-se de costas para aquele quadro e começou a
cantar, décor, a “Marcha-Cancão dos Legionários de Princêza”. Eis a letra:
“Cidadãos de
Princêza aguerrida;
Celebremos,
com força e paixão,
A beleza
invulgar desta lida
E a bravura
sem par do Sertão!
De nossa
terra na defeza,
Alerta
sempre! Eia! De pé!
Pela vitória
de Princêza
O nosso
Orgulho e a nossa fé!
Para honrar
e exaltar nossa causa,
Na atitude
dos veros Heróis,
É mister que
lutemos sem pausa
Para frente!
Marchar! Todos nós!...
De nossa
terra na defeza,
Alerta
sempre! Eia! De pé!
Pela vitória
de Princêza
O nosso
Orgulho e a nossa fé!
Princezenses!...
A hora é sagrada!
Contemplemos
o sol do Porvir!
Há três
verbos na luz da Alvorada:
Resistir!
Triunphar! Repelir!
De nossa
terra na defeza,
Alerta
sempre! Eia! De pé!
Pela vitória
de Princêza
O nosso
Orgulho e a nossa fé!
Exaltemos no
bronze da História,
A Epopéia do
nosso rincão!
De Princêza
cantamos a glória
E a bravura
sem par do Sertão!
De nossa
terra na defeza,
Alerta
sempre! Eia! De pé!
Pela vitória
de Princêza
O nosso
orgulho e a nossa fé!
Ariano Suassuna que
teve seu pai, João Suassuna, assassinado, (em vingança pela suposta
participação no assassinato do presidente João Pessoa, o que se comprovou mais
tarde não ser verdade) no Rio de Janeiro já nos primeiros dias que se sucederam
à eclosão da chamada “Revolução de 30”, por esse motivo desenvolveu forte
ojeriza a tudo que se referisse a esse sombrio período de sua vida. Evitava
sempre falar sobre o assunto e se referia à capital do Estado como “Parahyba”,
se negando a proferir o nome do presidente morto, João Pessoa.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIAN ROBERTO, EM 05 DE
FEVEREIRO DE 2020).
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