ODE

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

ARIANO SUASSUNA E O HYMNO DE PRINCÊZA





ARIANO VILAR SUASSUNA era paraibano de Taperoá, porém, nascido no Palácio da Redenção em João Pessoa no dia 16 de junho de 1927 e falecido no Recife em 23 de julho de 2014. Dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor. Idealizador do Movimento Armorial e autor das obras “Auto da Compadecida” e “A Pedra do Reino”, dentre outras. Suassuna tinha muita identificação com Princesa, tanto cultural quanto política e pessoal. Seu pai, o ex-presidente (governador) do estado da Paraíba (1924-1928) era amigo do coronel José Pereira Lima a quem apoiou durante a chamada “Guerra de Princesa”, que neste ano de 2020 completa 90 anos. Ariano, ainda criança, viveu as agruras daquele conturbado período por que passou o nosso Estado. Homem intelectual e de memória fabulosa, certa vez, já idoso, em visita que fez ao “Palacete dos Pereira”, aqui em Princesa, apreciando o acervo fotográfico ali exposto, ao deparar-se com um quadro contido da letra e da partitura musical do “Hymno de Princêza”, imediatamente pôs-se de costas para aquele quadro e começou a cantar, décor, a “Marcha-Cancão dos Legionários de Princêza”. Eis a letra:

“Cidadãos de Princêza aguerrida;
Celebremos, com força e paixão,
A beleza invulgar desta lida
E a bravura sem par do Sertão!
De nossa terra na defeza,
Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Para honrar e exaltar nossa causa,
Na atitude dos veros Heróis,
É mister que lutemos sem pausa
Para frente! Marchar! Todos nós!...
De nossa terra na defeza,
Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Princezenses!... A hora é sagrada!
Contemplemos o sol do Porvir!
Há três verbos na luz da Alvorada:
Resistir! Triunphar! Repelir!
De nossa terra na defeza,
Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Exaltemos no bronze da História,
A Epopéia do nosso rincão!
De Princêza cantamos a glória
E a bravura sem par do Sertão!
De nossa terra na defeza,
Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso orgulho e a nossa fé!

Ariano Suassuna que teve seu pai, João Suassuna, assassinado, (em vingança pela suposta participação no assassinato do presidente João Pessoa, o que se comprovou mais tarde não ser verdade) no Rio de Janeiro já nos primeiros dias que se sucederam à eclosão da chamada “Revolução de 30”, por esse motivo desenvolveu forte ojeriza a tudo que se referisse a esse sombrio período de sua vida. Evitava sempre falar sobre o assunto e se referia à capital do Estado como “Parahyba”, se negando a proferir o nome do presidente morto, João Pessoa.


(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIAN ROBERTO, EM 05 DE FEVEREIRO DE 2020).

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