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Em 08 de maio de 1930, exaurido de recursos humanos e bélicos, com uma deficiência mais acentuada quanto à quantidade de munições, estimulado pelo seu Chefe de Polícia, Adhemar Vidal, o presidente João Pessoa, aceitou a sugestão e instituiu oficialmente a “Semana da Bala” para que, através da solidariedade da população da capital do Estado, que lhe era simpática e que lhe emprestava total apoio naquele crucial momento, no auge da Guerra de Princesa, recolher cartuchos de balas para abastecer astropas da Polícia Militar, principalmente os que lutavamno front de Tavares, ameaçada de ser retomada pelas tropas de Zé Pereira. Providências outras já haviam sido tomadas como a do reaproveitamento dos cartuchos deflagrados para serem recarregados. Mesmo assim,somente isso não se fazia suficiente. Nas palavras da historiadora Inês Caminha, em seu trabalho: “A Revolta de Princesa”, pp. 41 e 42: “(...) Visando a atenuar as dificuldades dessa aquisição, foi instituída, na primeira quinzena de maio a “semana da bala”, de pequenos resultados práticos. Pessoas das mais diversas regiões e condições sociais se dirigiam ao palácio para entregar ao governador os cartuchos que conseguiam amealhar.” Acrescenta: “(...) Outro artifício para atenuar a dificuldade foi a instalação de uma pequena fábrica de munição e explosivos no quartel da polícia militar, na Capital. Após os combates, as cápsulas eram, na medida do possível, recolhidas e enviadas à Capital para serem recondicionadas. Essa iniciativa não se mostrou de muito êxito, pois as cápsulas recondicionadas nem sempre apresentavam a pressão necessária para um disparo eficaz.”. Impedido de importar armas pelas providências repressivas do Governo Federal, João Pessoa lançava mão de todos e quaisquer recursos para manter-se de pé diante de uma luta que já se afigurava inglória. Enquanto isso, os homens comandados pelo coronel José Pereira, lutavam com armamentos e munições novinhos em folha.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 14 DE MAIO DE 2020).
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