Ao assistir, no último sábado, à entrevista da ex-atriz e atual Secretária Especial de Cultura, Regina Duarte, que foi concedida ao canal televisivo por assinatura CNN, me surpreendi de verdade com a incompetência, futilidade, bajulação, cabotinagem e despreparo daquela que foi um dia uma das melhores atrizes da televisão brasileira. Começou sua fala elogiando – de forma descaradamente bajulatória -, o presidente Jair Bolsonaro, a quem é servil. Em suas palavras: “ele estava feliz, rindo, ele sorri, faz brincadeiras...”. Perguntada sobre os boatos que dão conta de sua iminente saída da Secult – Secretaria Especial de Cultura, ela informou que não procede, que isso é a vontade de seus adversários. Em sequência, os entrevistadores da CNN questionaram sobre o silêncio da Secult e do Governo sobre as várias mortes de artistasfamosos nos últimos dias, ela limitou-se a responder que a Secult enviou mensagens às famílias enlutadas. Não teve coragem de dizer que tem ordens para não solidarizar-se com familiares de artistas mortos, que não estão alinhados politicamente com seu chefe. E olha que os que morreram são de peso nacional: Aldir Blanc; Rubem Fonseca, Flávio Migliaccio, dentre outros. Perguntada sobre o descaso do presidente Bolsonaro quanto ao crescente número demortes de pessoas vitimadas pela COVID-19, Regina Duarte respondeu, um tanto irritada, que Stálin matou muita gente, que Hitler promoveu um genocídio, ou seja, já com a cartilha do “mito” decorada na cabeça (decorar é o forte dela), minimizou e banalizou os óbitos e consequentemente o sofrimento daqueles que não perdiam uma novela por ela protagonizada.
No campo da realidade
Já visivelmente acuada, numa demonstração de que, ou está surpresa com o que encontrou nos porões do que ela imaginava ser o paraíso ou, por outra, sem querer largar o sonhado osso, perguntada sobre o que o atual governo,através da Secult, está fazendo – nesse momento de crise do Coronavírus -, pelos artistas pobres e desempregados, antes de responder, cândida e melancolicamente fez questão de relembrar de que foi no circo onde teve despertada a sua vocação para atriz e que não se esquece do “pum” do palhaço. Voltando à “sua” sanidade, disseque entrou em contato, por telefone, com vários governadores e prefeitos, sugerindo que eles isentassem as companhias circenses dos aluguéis de terrenos para a instalação dos circos e que fizessem campanha junto aos comércios locais para adquirirem cestas básicas para serem distribuídas com os artistas que estão sem possibilidade de trabalhar. Em tudo o que dizia ficava patente sua pequenez intelectual e falta de amadurecimento, numa demonstração de que é mesmo uma especialista em decorar textos, o que fazia nas novelas quando, muitas vezes, acredito, proferia palavras ou frases das quais não tinha conhecimento algum. De uma coisa eu estou convencido, é de que Regina Duarte tem razão quando diz que o presidente Bolsonaro é risonho, brincalhão e simpático. Tenho certeza de que essas são as poucas qualidades cultuadas pelo “mito” e que são exercitadas com grande sucesso somente entre os áulicos. Finalizando, meu repúdio à rainha do decoreba pela sua sucumbência a esse governo medíocre, discricionário, ditatorial e arrogante. Afinal, quem com os porcos se mistura, farelos come. Nesse caso, Regina Duarte está farta e no conforto de seu meio.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 13 DE MAIO DE 2020)
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