ANTÔNIO NOMINANDO: “CANCÃO NÃO CAI EM ARAPUCA”
Era a campanha eleitoral de 1976, para escolha do prefeito de Princesa. Os candidatos eram Batinho com o apoio do grupo "Diniz" e João Pacote amparado pelo grupo "Pereira". Num comício que ocorreu no Bairro do Cancão, preocupado diante do comentário de que aquele reduto que sempre fora nominandista, estava sendo cooptado por João Pacote e Novo Bezerra (candidato a vice-prefeito) com a distribuição, segundo boatos, de favorecimentos financeiros e materiais, tais como: cortes de panos, chinelas japonesas, roupas feitas, juntas de bois, animais suínos, materiais de construção, etc., para que sufragassem seus nomes nas urnas, Antônio Nominando, que apoiava Batinho, repetiu a assertiva de que fizera uso em sua campanha para Prefeito em 1968, discursando, poeticamente:
“Cancão não cai em arapuca! Os que aqui moram já me conhecem e creio não me decepcionarão, pois o voto que se dá com o coração não tem especificado seu destino, mas sim a grandeza de sua missão. Votar em Batinho é o mesmo que votar em mim, pois a confiança é o verdadeiro fim.”
O epítome “Cancão não cai em arapuca” (dificilmente o pássaro cancão cai em arapuca, pois ele tem a habilidade natural de retirar o caroço de milho sem desarmar a armadilha), se apresentava por demais apropriado, pois a arapuca à qual Nominando se referia eram os donativos eleitorais distribuídos por seus adversários. Com isso, instigava seus eleitores que já haviam recebido alguma benesse, para que enganassem aqueles que lhe concederam e votassem em seu protegido. Deu certo, Batinho ganhou a eleição.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 1º DE MAIO DE 2020).
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