No momento, na esteira dessa Pandemia do Coronavírus, o que está na moda é um termo em inglês – o que traz imensa felicidade orgástica aos analfabetos exibicionistas -, grafado como lockdown. Essa palavra de origem saxônica define (não exatamente) a expressão: “fechamento total”, ou seja: trancar a rua. Na moda porque agora, várias cidades do Brasil estão adotando um isolamento social mais rigoroso em defesa da COVID-19. Aqui, isso vem exacerbando as diferenças entre o presidente da República e os governadores e prefeitos das capitais e das grandes cidades do País. Enquanto Bolsonaro diz: “abre!”, a maioria dos governadores e prefeitos dizem: “fecha!”. Essa dubiedade de comportamento e falta de sintonia entre os entes federativos vem provocando confusão que prejudica a todos. Na Rússia, onde o autoritarismo reina o presidente,Vladimir Putin, sentou-se com os governadores regionais, sugeriu o tal lockdown, mas disse que a palavra final estaria com os governadores. Aqui não, fica o presidente brigando com os governadores dos Estados mais importantes da União, não senta pra conversar com ninguém e chega ao absurdo de editar um Decreto sobre a flexibilização do isolamento social, sem o conhecimento do seu ministro da Saúde. Ontem, o ministro Nelson Teich, durante a concessão de uma entrevista, foi surpreendido com a notícia - dada por um jornalista - de que o presidente Bolsonaro havia expedito um Decreto mandando reabrir Academias de Musculação, Salões de Cabeleireiros, Manicures, etc. Diante da novidade, o coitado do Teich, gaguejando, respondeu à imprensa que não tinha conhecimento do assunto.
Necessidade que se impõe
É verdade que o ministro Teich já vem se desalinhando com a orientação presidencial de flexibilizar a quarentena, pois, defende a manutenção do isolamento social e uma futura reabertura dos comércios e serviços de forma seletiva e gradual. Há quem diga que, em conversas particulares, o ministro da Saúde disse: “Será que é mais importante um número positivo na economia ou, mais uma cruz no cemitério? A economia pode se recuperar, porém, nenhum morto poderá ressuscitar.” O ideal nesse momento, seria o presidente da República descer de sua arrogância – afinal, é ele a maior autoridade do país -, e sentar-se com os governadores, deixando as divergências políticas para serem tratadas depois, e envidarem esforços, conjuntamente, para combater o mal maior. O bom senso poderá ser um vetor fundamental para abreviar esse sofrimento de Pandemia e apressar o fim do isolamento social e, consequentemente, promover a retomada das atividades econômicas, com mais responsabilidade e menos mortos. É mister que cada um tome para si as suas responsabilidades, pois, o que está em jogo é o jogo da vida.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 12 DE MAIO DE 2020).
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