ODE

terça-feira, 16 de junho de 2020

HORA DE FLEXIBILIZAR


Imagem ilustrativa: Internet 

Hoje, 16 de junho de 2020, completam-se três meses de isolamento social e de fechamento parcial do comércio e serviços em Princesa. São exatos 90 dias de quarentena em que a população princesense recebeu do Poder Público, a recomendação de ficar em casa para se proteger do contágio do Coronavírus. Estabelecimentos comerciais e de serviços – considerados não essenciais -, estão desde então, com suas portas cerradas. A situação se agrava quando se constata, neste momento, que não há outra alternativa, uma vez que não se tem ideia de quando isso vai acabar. Em face dessa situação de incertezas, urge que alguma providência seja tomada no sentido da possibilidade da promoção de uma flexibilização, para evitar uma quebradeira geral. É certo que naquele 16 de março, as autoridades acreditavam que essa Pandemia, se não acabasse, pelo menos arrefeceria em pouco tempo. Isso não aconteceu e nem se vislumbra que isso aconteça tão cedo. A situação é aquela: “Se ficar o bicho come e se correr o bicho pega”. O problema se exacerba quando não temos experiências com pandemias. A última que ocorreu no Brasil remonta a mais de 100 anos (a “Gripe Espanhola” que grassou nos anos de 1918/19), mesmassim, por conta da precariedade nas comunicações e do parco intercâmbio entre pessoas das várias regiões do país, naquele tempo, a doença restringiu-se praticamente às grandes cidades do Sudeste brasileiro. A única epidemia que atingiu a nossa região, tendo Princesa como epicentro, ocorreu nos anos 1900 a 1902, a “Febre Amarela”, que assolou a então Vila de Princeza, dizimando um terço de sua população.  

Eram outros tempos

Agora é diferente. A economia, o capital, são quem movem o mundo e hoje, tudo é virtual, interativo. Aplica-se aquele ditado popular: “É que nem bicicleta, se parar cai”. Os tempos são outros. O Coronavírus veio de avião da China para cá e como não enxergamos a possibilidade de um fim próximo dessa terrível doença chamada COVID-19, temos que nos adaptar a essa nova situação, nos disciplinar e começarmos a aprender a conviver com ela. Ora, deixando de lado a hipocrisia, reflitamos: por que supermercados, padarias, farmácias, frigoríficos, bancos, lotéricas, Correios, etc. podem funcionar normalmente e os demais estabelecimentos comerciais e de serviços não? O que mais vemos são bancos e lotéricas com filas a perder de vista; supermercados lotados e farmácias com movimentos intensos. Essa Pandemia é uma realidade que demonstra não nos deixará tão cedo. Para conviver com ela, devemos ter disciplina e tocar a vida para a frente. Faz-se necessário que as autoridades estabeleçam protocolos disciplinares e reabram todos os estabelecimentos para evitar uma quebradeira geral, o que, com certeza, poderá causar um mal tão grande quanto o que a própria doença vem causando uma vez que, desemprego e falência geram fome e fome também mata. Princesa hoje, mesmo já detendo o título de epicentro da doença na região (já são quase 30 casos e um óbito), por ser a cidade com o maior número de notificados positivamente, mesmo assim não se constitui nada tão alarmante. Que não possa permitir uma flexibilização.

Não é uma “gripezinha”

O que precisamos no momento, é que o Poder Público intensifique a fiscalização quanto ao uso das máscaras protetivas; invista na distribuição de material de EPI – Equipamento de Proteção Individual, na de meios para a higienização e promova um rigoroso esquema de disciplinamento quanto à quantidade de pessoas em atendimento nos estabelecimentos comerciais e de serviços. Basta que seja adotado o mesmo critério e procedimento para todos, essenciais ou não. Será que as pessoas que saem de casa para comprar remédios ou gêneros alimentícios não são as mesmas que poderiam se deslocar para comprar um sapato, um lençol, um televisor,uma cama ou um corte de pano? Ademais, a aglomeração que poderá se formar nos estabelecimentos considerados não essenciais, deverá ser infinitamente menor do que a que se verifica nos supermercados nas farmácias. É temerário recomendar isso sem ferir suscetibilidades de muitos, porém, flexibilizar é preciso. Deixemos de lado a hipocrisia, chamemos o feito à ordem. Mesmo sabendo que a COVID-19 não é uma “gripezinha”, já temos capacidade de conviver com ela, basta que haja empenho e responsabilidade das autoridades oficiais, somado a uma incisiva disciplina que deverá ser imposta ao povo, para que tenhamos um retorno às atividades econômicas, pois, meios existem para tanto. Parece até, que esse marasmo em não se preparar sequer um planejamento para tanto, se dá para atender às conveniências de conforto irresponsável, quando o foco não é viabilizar o bem de todos, mas sim economizar para outros fins.


DSMR, EM 16 DE JUNHO DE 2020.

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