Em artigo anterior discorri sobre algumas das “Moças Velhas”
de Princesa. Como não pude contemplar a todas, agora complemento com este
escrito sobre aquelas que mais se destacaram na sociedade princesense. Começo
com MARIA AURORA DINIZ; solteirona e filha do líder político Nominando Muniz
Diniz (“seu” Mano), que na intimidade era chamada de “Tita”, era muito
religiosa e, com a morte do pai, tomou conta do partido político por ele
liderado e o fez muito bem, comandando aquela agremiação com mão de ferro e muita
determinação. Pelos adversários, era chamada de “Maria do Cocozão”, chefa dos
“Goiabas Brancas”. Além de cuidar da política, Tita cuidava também dos negócios
do falecido pai. LICOR HENRIQUES, uma das melhores professoras de português que
tivemos em Princesa. Em que pese haver namorado muito, nunca se casou e dedicou
sua vida ao magistério e à Igreja Católica onde comandava a associação
religiosa: Apostolado da Oração. ANINHA “SABE TUDO”, também professora,
lecionou em várias das comunidades rurais de Princesa, exímia jogadora de
cartas e também muito encartada (bem humorada). ODÍVIA MAXIMIANO, solteirona
juramentada, foi pioneira em Princesa quando estabeleceu aqui a primeira
lanchonete; era na bodega de Odívia onde se tomava a melhor salada de frutas e um
excelente doce-de-leite, porém, a novidade eram os picolés, feitos de suco de
frutas e enfiados em palitos de dentes. Lembro-me muito bem de Parangolé
sentado a uma das mesas da lanchonete de Odívia, tirando a ressaca com picolés
de laranja. VITÓRIA DE DOUTOR SEVERIANO, era assim que era conhecida a negra
solteirona que servia na casa daquele famoso médico de Princesa. O interessante
é que Vitória, que era a mucama de um dos mais importantes próceres da facção
política do clã Diniz, era irmã da governanta (Ana Tenório) do palacete dos
Pereira, e moravam juntas. ALEXANDRINA era uma Moça Velha com dupla função:
babá de Damião de Zé de Quincas e arrumadeira do Convento dos frades
Carmelitas. Com suas pernas cambotas e seu mutismo, não dava cartaz a ninguém. MARIA
LIMA, era uma “coroa” engraçada; com seu juízo fraco, adorava comer queijo de
manteiga, tomar chá de salamargo e cantar a ladainha na Igreja. ELENITA MUNIZ,
CREUZA MAIA E MARIA DE LUIZ BELINHO, eram três donzelas juramentadas e competentíssimas
professoras do Grupo Escolar “Gama e Melo”. Elenita muito emocional; Creuza
rigorosa demais e dona Maria de uma responsabilidade sem par quanto ao
aprendizado dos alunos. Por fim, JOVELINA FLORENTINO, solteirona conhecida por
“Jovem”, em que pese ser pertencente a família tradicional, era pobre, mas de
comportamento refinado; membro da Pia União das Filhas De Maria, era esta a
única Moça Velha de Princesa que, além donzela, foi sempre “Jovem”.
DSMR, EM 04 DE JUNHO DE 2020.
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