PRINCESA OCUPADA PELA
POLÍCIA PARAIBANA
No dia 29 de setembro de 1930, por volta das 18:00 horas, a
cidade de Princesa foi surpreendida pela chegada de um contingente da Polícia
Militar da Paraíba. Um pelotão, comandado pelo coronel Emerson Benjamin, vindo
de Piancó, composto por 350 praças, ocupou a cidade já completamente pacificada
e guardada pelo Exército Brasileiro. Na mesma noite da chegada dessa força, um
entrevero aconteceu - na rua do Cabaré da cidade -, o que resultou no
assassinato de um dos cabras do coronel José Pereira, chamado João Flor, pelo
sargento Vicente Chaves. Esse fato colocou a cidade em estado de alerta. O
Exército (que ocupava Princesa desde o mês de agosto), pôs-se em prontidão para
proteger a família do coronel, seus amigos e correligionários com o intuitode
evitar um confronto dos chamados “Libertadores de Princesa” com a força
recém-chegada.
A iniciativa de invadir Princesa se fazia premente e
necessária na cabeça do Secretário de Segurança Pública, José Américo de
Almeida. Frustrado por não haver conseguido isso durante o conflito ocorrido
durante longos cinco meses, o fazia agora como uma vingança contra a cidadela
rebelada e inexpugnável. Era tanto o ódio dos verdadeiros chefes do governo
paraibano que, desobedecendo ordem do governador, Álvaro de Carvalho (títere
nas mãos dos conspiradores da iminente revolução), que havia designado apenas
30 soldados para manter a ordem pública da cidade já pacificada, maximizou o
contingente em mais de 1 000%, numa ostentação de força ridícula e
desnecessária.
Mesmo diante de tamanha demonstração
de força, o coronel José Pereira, que estava no vizinho distrito de Tavares
participando dos ofícios religiosos da festa do Padroeiro daquela comunidade,
São Miguel Arcanjo, retornou às pressas à sede do município e determinou a
todos os seus amigos que ficassem de prontidão, sem se intimidarem com a nova
situação, declarando continuar pronto para defender Princesa: “(...) com o risco da minha própria vida,
mas que ficarão resguardados para todo o
País e a qualquer preço os brios de um homem que não se entregou, nem se
entregará, à sanha de um governante despótico ou dos seus continuadores
oportunistas”.
Cinco dias depois desse fato, eclodiu a Revolução de 1930.
DSMR, EM 29 DE SETEMBRO DE 2020.
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