A eleição para a escolha do comandante da maior potência
econômica e bélica do mundo, os Estados Unidos da América, acontece hoje. Em
que pese se tratar da maior democracia do Planeta, o pleito é, por assim dizer,
o exercício mais antidemocrático que conhecemos. Naquela Nação - que reúne 50
Estados autônomos, mas federados entre si -, nem sempre o candidato à
presidência mais votado é o eleito. Isso mesmo. Nos EUA as eleições se fazem
completamente diferente das daqui. Lá, os eleitores votam num candidato e
elegem delegados com o poder de eleger o presidente da República. Cada Estado
tem um peso diferente no colegiado de delegados, dependendo da quantidade de
sua população. Por esse sistema de votação, ao longo da história eleitoral dos
Estados Unidos, já aconteceu, por quatro vezes, a eleição de um candidato a
presidente da República que perdeu nas urnas populares para seu adversário.
Paradoxalmente, essa imperfeição democrática só acontece no país que primeiro
promoveu, na história da humanidade (em 1787), a escolha de seus governantes
através do voto popular. Neste ano, dado o acirramento da corrida eleitoral -
que envolve os candidatos Donald Trump à reeleição, concorrendo com o
ex-vice-presidente, Joe Biden -, o que vem sendo divulgado pelas pesquisas, dá
conta de que, Biden, com leve vantagem sobre seu concorrente, poderá colher das
urnas mais votos do que Trump e, mesmo assim, perder a eleição, seja no
colegiado ou na Suprema Corte. Na verdade, a briga lá é, literalmente, federal.
Interessa ao Brasil
Desde o início de seu governo, o presidente Bolsonaro,
declarou automático e incondicional alinhamento com o atual governo americano.
O nosso comandante, mesmo antes de tomar posse na cadeira de presidente da
República, voou até os EUA e lá, prestou continência à American Flag e declarou-se súdito das vontades daquele país. De lá
para cá, acompanhando a política de Trump, desalinhou-se com a China, o que vem
prejudicando o nosso agronegócio; aproximou-se (sem nenhum lucro) de Israel;
findou o compromisso com a preservação do Meio Ambiente – em especial no
tocante à Amazônia -, o que tem provocado o aumento das queimadas e da
devastação das nossas florestas e, de cabeça baixa acompanha, na ONU –
Organização das Nações Unidas, todas as posições assumidas pelo Tio Sam.
Interessa ao Brasil, a eleição de hoje, pelo fato de que, em dando Biden na
roleta americana, tudo tem de ser revisto, repensado e reorientado. Afinal de
contas, as ordens, para países subservientes, vêm de lá (de cima para baixo),
sem possibilidades de questionamentos porque, manda quem pode e obedece quem
tem juízo. Como o juízo do daqui é pouco e o poder do de lá é ilimitado, resta-nos
torcer para que a eleição americana termine empatada.
DSMR, EM 03 DE NOVEMBRO DE 2020.
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