ODE

terça-feira, 24 de novembro de 2020

AINDA SOBRE AS ÚLTIMAS ELEIÇÕES

 



Os resultados apresentados pelas urnas são inquestionáveis por retratarem a vontade popular. Porém, em análise acurada, custa-nos entender alguns aspectos desses resultados. Aqui em Princesa, nas últimas eleições, quase a metade dos eleitores optou por votar nos candidatos de oposição ao prefeito Ricardo Pereira do Nascimento. Mesmo assim, o partido Cidadania do prefeito reeleito (sub-judice), conseguiu eleger para a Câmara Municipal quase 80% da bancada de onze vereadores que compõem aquela Casa de Leis. Significa que, mesmo discordando da administração, quase 50% dos eleitores optaram por votar em vereadores aliados do prefeito. Essa dissociação demonstra a falta de interesse do povo em promover a fiscalização ou, simplesmente, o exercício do voto foi feito, em sua maioria, à troca de benefícios financeiros? É estranho que um vereador do quilate de Erivonaldo Freire, combativo que foi, não tenha conseguido eleger sua filha Vitória.  Incompreensível também observar a pífia votação de vários candidatos qualificados, a exemplo do doutor Rivaldo, do cabo Domingos, de Vinícius Cordeiro, de Renato César, de Gabriel Pensador, de Dedé dos Correios, só para citar alguns. Na verdade, no meu entender, se faz necessária uma reflexão para o próximo pleito, uma correção de rumo, pois, o papel do vereador é, essencialmente, fiscalizar. Em se tratando de uma administração como a comandada pelo atual prefeito que, em seu decorrer, várias denúncias foram feitas sobre desmandos administrativos, contábeis e financeiros, torna-se por demais estranha a constatação de que o povo, mesmo optando pela corrupção, não tenha mandado para a Câmara Municipal, cidadãos capazes e com a coragem de fiscalizar uma das administrações mais denunciadas por corrupção na história de Princesa. O problema é que a correção

 só poderá ser feita daqui a quatro anos. Enquanto isso, só a justiça pode resolver.

DSMR, em 24 de novembro de 2020.

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