Votar para a escolha de um vereador pode parecer algo
irrelevante, mas não é. Muitos dizem que vereador não serve para nada e que
essa instituição deveria ser abolida, etc. É simplório pensar assim. Na
verdade, o papel do legislador mirim tem, em sua proposta, a maior relevância
para o município. O vereador deve funcionar como um delegado do povo na Câmara
Municipal; como um representante do segmento que defendeu durante a campanha
eleitoral. O problema é que, na grande maioria dos municípios, não funciona
assim. Candidatam-se ao Poder Legislativo, cidadãos que não tem vocação ou compromisso
com a política e, na maioria deles, incapazes para funcionar como um
representante do povo. No caso de Princesa, o atrativo salário de 7 mil reais é
um dos motivos que animam alguns a se candidatarem. Por conta dessa
remuneração, muitos “investem” somas de dinheiro para conseguir um assento na
Casa de Adriano Feitosa. No nosso município, a campanha para a eleição dos
vereadores é um verdadeiro negócio em que obtêm sucesso nas urnas aqueles que
gastarem mais e, nesse jogo escuso, quem perde é a população. Alguns dos
eleitos por votos comprados, sem o necessário compromisso com os eleitores,
logo que se fecham as urnas, em busca das benesses oficiais, se bandeiam para o
lado do prefeito eleito.
Tem conserto?
Goste-se ou não, essa é uma realidade que se agrava quando é
sabido que, alguns vereadores, além de não servirem para nada, vendem seus
mandatos comprados em troca dos dinheiros escusos dos prefeitos de plantão e
respeito algum dispensam àqueles que votaram gratuitamente, com o pensamento em
tê-los como seus representantes na Câmara Municipal. O que mais se viu em
Princesa, nessa legislatura que se finda, foram vereadores traindo seus
eleitores em troca de benefícios e, num exercício de explícito deboche, voltam
agora às residências e se dirigem ao povo em seus pronunciamentos, com slogans, os mais diversos, que dizem: “O
trabalho continua”; “Respeito e amizade”; “Confiança e lealdade”; “Trabalhando
pelo povo”. Um verdadeiro acinte! Uma zona com a cara da população decente que
neles confiou! Tem conserto? Claro que sim, basta pormos a mão na consciência,
sermos seletivos e escolhermos homens e mulheres íntegros, que tragam,
inclusive aquela pecinha chamada “caráter”. Do contrário, será que temos o
direito de reclamar?
DSMR, EM 04 DE NOVEMBRO DE 2020.
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