ODE

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

SERÁ QUE NÓS TEMOS O DIREITO DE RECLAMAR?

 



Votar para a escolha de um vereador pode parecer algo irrelevante, mas não é. Muitos dizem que vereador não serve para nada e que essa instituição deveria ser abolida, etc. É simplório pensar assim. Na verdade, o papel do legislador mirim tem, em sua proposta, a maior relevância para o município. O vereador deve funcionar como um delegado do povo na Câmara Municipal; como um representante do segmento que defendeu durante a campanha eleitoral. O problema é que, na grande maioria dos municípios, não funciona assim. Candidatam-se ao Poder Legislativo, cidadãos que não tem vocação ou compromisso com a política e, na maioria deles, incapazes para funcionar como um representante do povo. No caso de Princesa, o atrativo salário de 7 mil reais é um dos motivos que animam alguns a se candidatarem. Por conta dessa remuneração, muitos “investem” somas de dinheiro para conseguir um assento na Casa de Adriano Feitosa. No nosso município, a campanha para a eleição dos vereadores é um verdadeiro negócio em que obtêm sucesso nas urnas aqueles que gastarem mais e, nesse jogo escuso, quem perde é a população. Alguns dos eleitos por votos comprados, sem o necessário compromisso com os eleitores, logo que se fecham as urnas, em busca das benesses oficiais, se bandeiam para o lado do prefeito eleito.

Tem conserto?

Goste-se ou não, essa é uma realidade que se agrava quando é sabido que, alguns vereadores, além de não servirem para nada, vendem seus mandatos comprados em troca dos dinheiros escusos dos prefeitos de plantão e respeito algum dispensam àqueles que votaram gratuitamente, com o pensamento em tê-los como seus representantes na Câmara Municipal. O que mais se viu em Princesa, nessa legislatura que se finda, foram vereadores traindo seus eleitores em troca de benefícios e, num exercício de explícito deboche, voltam agora às residências e se dirigem ao povo em seus pronunciamentos, com slogans, os mais diversos, que dizem: “O trabalho continua”; “Respeito e amizade”; “Confiança e lealdade”; “Trabalhando pelo povo”. Um verdadeiro acinte! Uma zona com a cara da população decente que neles confiou! Tem conserto? Claro que sim, basta pormos a mão na consciência, sermos seletivos e escolhermos homens e mulheres íntegros, que tragam, inclusive aquela pecinha chamada “caráter”. Do contrário, será que temos o direito de reclamar?

DSMR, EM 04 DE NOVEMBRO DE 2020.

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