ODE

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

PARA CONHECER A NOSSA HISTÓRIA

 



 

“PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30”

PAULO CORDEIRO E SILVA MARIANO

 

 

O “Livro de Paulo” – como é conhecido em Princesa -, é uma verdadeira panaceia de informações para a estudantada que precisa conhecer sua própria história. Em que pese condensado em pouquíssimas páginas, se traduz num verdadeiro compêndio sobre Princesa. Nessa obra, tudo é sucinto, porém abrangente. O livro: PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30, foi lançado em primeira edição, por ocasião das comemorações dos 70 anos da elevação do município de Princesa a cidade, em 18 de novembro de 1991. Agora, mais recentemente, em 2015, Paulo Mariano, lançou uma segunda edição, revista e ampliada. Nesse tempo, eu era prefeito da cidade e fiz adquirir, pela Secretaria Municipal de Educação, 100 exemplares que foram distribuídos nas escolas do município. O escrito do princesense, Paulo Mariano, mesmo conciso, é por demais abrangente e indispensável para os que devem ou querem tomar conhecimento da nossa história local. É de uma essencialidade fundamental. Nas palavras do intelectual cajazeirense, Francelino Soares de Souza: O livro foi escrito como se constrói uma casa, como se os dezoito capítulos fossem as dependências dela. Tem caráter didático e elucidativo da história de Princesa Isabel”.   Na apresentação do trabalho em sua primeira edição, o autor assinala: “Este livro (...), não obstante as limitações naturais(...), visa preencher o vazio cultural que até então parecia ser a definição do momento”. Sem muita pretensão, esse importante contributo literário de Paulo Mariano, é hoje algo indispensável, como instrumento de pesquisa, para os estudantes nas salas de aula de Princesa, e também para os que dissertam sobre a história dessa importante cidade.

 

A obra, única e seminal: PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30, traz à baila, informações importantes sobre a Formação Histórica do nosso município, destrinchando também aspectos geográficos, econômicos, sociais, culturais, educacionais, desportivos, dentre outros. O trabalho delineia um retrato de quase tudo sobre Princesa. Repito, um verdadeiro compêndio. Como toda obra que se propõe analisar, em primeira mão, aspectos vários de algo nunca explorado, é claro que nela encontraremos equívocos. Nesse caso, no escrito de Mariano, reside um por demais pedagógico, uma vez que serviu de estímulo para trazer à luz, resultado de pesquisas de historiadores em resgate de uma verdade histórica. Trata-se da afirmação de Paulo, quando diz: (...) a posse efetiva da terra, foi sem dúvida a instalação da primeira fazenda de criação de gado, localizada nas margens da Lagoa da Perdição, de propriedade de dona Nathália do Espírito Santo”. Sobre a até então suposta fundadora do município, dona Nathalia do Espírito Santo, era o que se sabia. Na segunda edição do livro (2015), o autor, já informado pelo trabalho acadêmico do historiador princesense, Emmanuel Conserva de Arruda (de que trataremos oportunamente), citou o desbravador, Lourenço de Brito Correia, como o primeiro concessionário de datas de terras na região, porém, insistiu em dona Nathalia como fundadora do termo princesense. Tirante desse engano, o livro retrata a nossa realidade, estimulando aos interessados a aprofundarem-se em pesquisas mais minuciosas e acuradas sobre os vários temas de que a obra cuida.

 

Além das abordagens sobre os aspectos históricos, geográficos, econômicos, etc., Paulo Mariano, faz rápida, porém magnífica referência à Guerra de Princesa. Excerto do capítulo XIII: “A Guerra de Princesa, em 1930, foi um movimento armado contra o governo estadual. Sem dúvida, o maior conflito de que se tem notícia na História da Paraíba, trata-se de um acontecimento que marcou e transformou a vida política da Paraíba, tendo tido imensa repercussão nacional”. Mesmo em sua economia de letras, o autor fala do rompimento do coronel, José Pereira Lima, com o presidente João Pessoa Cavalcante de Albuquerque; da guerra que retirou o município do concerto do estado da Paraíba, quando foi proclamado o “Território Livre de Princesa”; dos combates entre a polícia paraibana e os “Libertadores de Princesa”, em Patos (Irerê), Tavares, Alagoa Nova (Manaíra), etc.; da ameaça de bombardeio de Princesa; do assassinato de João Pessoa; da eclosão da Revolução de 1930; da ocupação de Princesa pelo Exército e pela polícia paraibana que não conseguiu invadir a cidadela rebelada; sobre o Jornal e os Hinos do município. Enfim, nesse capítulo especial, um verdadeiro passeio jornalístico, sobre o evento bélico que muito contribuiu para o fim da República Velha e o advento de novos tempos na história do Brasil.

 

Paulo Mariano, no dizer de sua filha, Danuza Mariano, dissertando sobre o pai na orelha do livro em tela, em sua segunda edição: “Caboclo do interior da Paraíba, eterno apaixonado pela história da cidade de Princesa Isabel, dono de inúmeras qualidades entre as quais a ética é sobressalente”. Eu acrescento: foi Paulo o grande precursor do resgate da história recente de Princesa. Tema que era proibido para não magoar as feridas de 1930, foi descortinado por ele e trazido à baila para conhecimento de todos e estimulante para as pesquisas de muitos. O indelével cidadão e escritor, Paulo Cordeiro e Silva Mariano, nasceu em Princesa em 04 de março de 1934 e faleceu em João Pessoa, aos 84 anos de idade, no dia 20 de novembro de 2018. Casado com Terezinha Rodrigues Mariano, com quem teve os filhos, Serioja, Yuri, Giovanni, Danuza, Naiana e Janina, deixou um legado, além do intelectual, de decência em todos os aspectos e, principalmente, de incondicional amor a Princesa.

 

DSMR, em 10 de dezembro de 2020.

 

  

 

 

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