“PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30”
PAULO CORDEIRO E SILVA MARIANO
O “Livro de Paulo” –
como é conhecido em Princesa -, é uma verdadeira panaceia de informações para a
estudantada que precisa conhecer sua própria história. Em que pese condensado
em pouquíssimas páginas, se traduz num verdadeiro compêndio sobre Princesa.
Nessa obra, tudo é sucinto, porém abrangente. O livro: PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30, foi lançado em primeira edição,
por ocasião das comemorações dos 70 anos da elevação do município de Princesa a
cidade, em 18 de novembro de 1991. Agora, mais recentemente, em 2015, Paulo
Mariano, lançou uma segunda edição, revista e ampliada. Nesse tempo, eu era
prefeito da cidade e fiz adquirir, pela Secretaria Municipal de Educação, 100
exemplares que foram distribuídos nas escolas do município. O escrito do
princesense, Paulo Mariano, mesmo conciso, é por demais abrangente e
indispensável para os que devem ou querem tomar conhecimento da nossa história
local. É de uma essencialidade fundamental. Nas palavras do intelectual
cajazeirense, Francelino Soares de Souza: O
livro foi escrito como se constrói uma casa, como se os dezoito capítulos
fossem as dependências dela. Tem caráter didático e elucidativo da história de
Princesa Isabel”. Na apresentação do trabalho em sua primeira
edição, o autor assinala: “Este livro
(...), não obstante as limitações naturais(...), visa preencher o vazio
cultural que até então parecia ser a definição do momento”. Sem muita
pretensão, esse importante contributo literário de Paulo Mariano, é hoje algo
indispensável, como instrumento de pesquisa, para os estudantes nas salas de
aula de Princesa, e também para os que dissertam sobre a história dessa
importante cidade.
A obra, única e
seminal: PRINCESA – ANTES E DEPOIS DE 30,
traz à baila, informações importantes sobre a Formação Histórica do nosso
município, destrinchando também aspectos geográficos, econômicos, sociais,
culturais, educacionais, desportivos, dentre outros. O trabalho delineia um
retrato de quase tudo sobre Princesa. Repito, um verdadeiro compêndio. Como
toda obra que se propõe analisar, em primeira mão, aspectos vários de algo
nunca explorado, é claro que nela encontraremos equívocos. Nesse caso, no
escrito de Mariano, reside um por demais pedagógico, uma vez que serviu de
estímulo para trazer à luz, resultado de pesquisas de historiadores em resgate
de uma verdade histórica. Trata-se da afirmação de Paulo, quando diz: (...) a posse efetiva da terra, foi sem
dúvida a instalação da primeira fazenda de criação de gado, localizada nas
margens da Lagoa da Perdição, de propriedade de dona Nathália do Espírito
Santo”. Sobre a até então suposta fundadora do município, dona Nathalia do
Espírito Santo, era o que se sabia. Na segunda edição do livro (2015), o autor,
já informado pelo trabalho acadêmico do historiador princesense, Emmanuel
Conserva de Arruda (de que trataremos oportunamente), citou o desbravador,
Lourenço de Brito Correia, como o primeiro concessionário de datas de terras na
região, porém, insistiu em dona Nathalia como fundadora do termo princesense.
Tirante desse engano, o livro retrata a nossa realidade, estimulando aos
interessados a aprofundarem-se em pesquisas mais minuciosas e acuradas sobre os
vários temas de que a obra cuida.
Além das abordagens
sobre os aspectos históricos, geográficos, econômicos, etc., Paulo Mariano, faz
rápida, porém magnífica referência à Guerra de Princesa. Excerto do capítulo
XIII: “A Guerra de Princesa, em 1930, foi
um movimento armado contra o governo estadual. Sem dúvida, o maior conflito de
que se tem notícia na História da Paraíba, trata-se de um acontecimento que
marcou e transformou a vida política da Paraíba, tendo tido imensa repercussão
nacional”. Mesmo em sua economia de letras, o autor fala do rompimento do
coronel, José Pereira Lima, com o presidente João Pessoa Cavalcante de
Albuquerque; da guerra que retirou o município do concerto do estado da
Paraíba, quando foi proclamado o “Território Livre de Princesa”; dos combates
entre a polícia paraibana e os “Libertadores de Princesa”, em Patos (Irerê),
Tavares, Alagoa Nova (Manaíra), etc.; da ameaça de bombardeio de Princesa; do
assassinato de João Pessoa; da eclosão da Revolução de 1930; da ocupação de Princesa
pelo Exército e pela polícia paraibana que não conseguiu invadir a cidadela rebelada;
sobre o Jornal e os Hinos do município. Enfim, nesse capítulo especial, um
verdadeiro passeio jornalístico, sobre o evento bélico que muito contribuiu
para o fim da República Velha e o advento de novos tempos na história do
Brasil.
Paulo Mariano, no
dizer de sua filha, Danuza Mariano, dissertando sobre o pai na orelha do livro
em tela, em sua segunda edição: “Caboclo
do interior da Paraíba, eterno apaixonado pela história da cidade de Princesa
Isabel, dono de inúmeras qualidades entre as quais a ética é sobressalente”. Eu
acrescento: foi Paulo o grande precursor do resgate da história recente de
Princesa. Tema que era proibido para não magoar as feridas de 1930, foi
descortinado por ele e trazido à baila para conhecimento de todos e estimulante
para as pesquisas de muitos. O indelével cidadão e escritor, Paulo Cordeiro e
Silva Mariano, nasceu em Princesa em 04 de março de 1934 e faleceu em João
Pessoa, aos 84 anos de idade, no dia 20 de novembro de 2018. Casado com
Terezinha Rodrigues Mariano, com quem teve os filhos, Serioja, Yuri, Giovanni,
Danuza, Naiana e Janina, deixou um legado, além do intelectual, de decência em
todos os aspectos e, principalmente, de incondicional amor a Princesa.
DSMR, em 10
de dezembro de 2020.
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