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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

JESUS CRISTO, MARIA MADALENA E A IGREJA CATÓLICA

 

Foto: Ilustrativa


Yeshua é o nome de Jesus em aramaico, que significa Josué, filho de José. Cristo, significa Ungido ou, por metonímia, o Crucificado. Figura inspiradora das religiões cristãs, Jesus Cristo, mesmo não havendo comprovação histórica de sua existência, é ele o símbolo da maior confissão de fé do Planeta. O culto a Jesus teve início logo após a sua morte por crucificação, há quase dois mil anos, sendo, nos primórdios, professado clandestinamente. Na verdade, o cristianismo começou a se organizar como religião, após a conversão de Paulo de Tarso, soldado romano, entre 33 e 35 d.C. Somente no século IV, com a conversão do imperador romano, Constantino, ao cristianismo, tornou-se a religião cristã, culto oficial de Roma. Anos depois da morte de Jesus, foram escritos os chamados Evangelhos, pelos discípulos Marcos, Mateus, Lucas e João. Desaparecidos por longo tempo, alguns desses escritos foram encontrados e, já organizada, a Igreja Católica, esta selecionou os que lhes interessava e os tornou o guia oficial da religião cristã no mundo.

De acordo com os Evangelhos, Jesus tinha discípulos que lhes acompanhavam em suas andanças e pregações. Mesmo depois da seleção feita pela igreja sobraram, nos Evangelhos, sutis referências a uma figura feminina, chamada Maria Madalena, que no entender de alguns estudiosos da religião, era também uma discípula de Jesus, e única mulher que privava de sua intimidade; por isso, tida até como amante ou esposa do Messias. Para essa dedução, baseiam-se, os historiadores, no fato de que naquela época os homens judeus não podiam ser tocados, senão por suas mulheres; e em várias partes das Escrituras Sagradas há relatos de contatos físicos entre os dois.

De acordo com o Velho Testamento, as mulheres eram seres inferiores e nocivos: “A mulher é mais amarga do que a morte – Eclesiastes 7:26-28”. O revolucionário Jesus, mudou tudo. Aceitou uma mulher [Madalena] no seu meio e as defendeu publicamente: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Maria Madalena é o nome de mulher mais citado por Jesus nos Evangelhos. Para muitos dos que estudam os primórdios do cristianismo, Madalena pode ter sido uma liderança importante e ter contribuído muito para a formação da religião, após a crucificação.

Para a Igreja Católica, no entanto, essa misteriosa mulher, a partir do século VI, pela bula papal de Gregório Magno, tornou-se pecadora. Desde aí, ao longo dos séculos seguintes, em obediência à determinação pontifícia, Madalena era sempre citada como cortesã e prostituta. A igreja, no seu afã de sexualizar tudo, quando cuidava dos fiéis apenas da cintura para baixo, escondeu a importância dessa mulher tentando desconstruir sua contribuição para a organização da própria instituição católica. Como sempre, a infalibilidade papal - instituída pelo Papa Pio IX no Concílio Vaticano I -, foi posta de lado, agora pelo Papa Francisco, em 2016, quando este canonizou a polêmica figura feminina, com o título de Santa Maria Madalena. Para muitos católicos, esse pode ter sido um forte recado da Igreja, quanto à possibilidade da inserção das mulheres em postos importantes dessa instituição cristã.

DSMR, em 11 de janeiro de 2021

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