ODE

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

UM TIRO NO PÉ, OU UM TIRO DE MISERICÓRDIA?

 



As eleições do ano passado, em Princesa, foram movimentadas demais. Para quem gosta de fatos novos e de coisas inusitadas, foram um prato cheio. Por isso que digo sempre: em Princesa, em se tratando de política, pode-se morrer de qualquer coisa, menos de tédio. Não bastasse a situação precária em que o prefeito, Ricardo Pereira do Nascimento, assumiu esse segundo mandato, caiu este na besteira de abdicar do uso do poder que as urnas lhe concederam, quando não determinou quem seria o presidente da Câmara Municipal, optando por um sorteio. Talvez, se esse sorteio tivesse sido feito naquela caixa transparente, que a Rádio Princesa usa nos debates, a coisa poderia ter dado certo. Mas, não. Foi sorteada a vereadora Cleonice Henriques que, mesmo sendo aliada de Nascimento, não goza de sua completa confiança, não é do núcleo duro do poder. Imaginando estar agradando a todos ou exercitando democracia, está agora, o prefeito, em situação complicadíssima.

Como é saber de todos, o prefeito governa amparado por uma liminar que, precária, pode cair a qualquer momento. Em acontecendo isso, quem assume a cadeira de prefeito, interinamente, é a presidente da Câmara Municipal e, se confirmando a inelegibilidade de Nascimento, novas eleições terão de acontecer dentro de 90 dias. No exercício da interinidade, a vereadora Cleonice, aliada do prefeito, é sim a candidata natural a concorrer nas urnas. Nada poderá impedi-la de reivindicar esse direito, principalmente, considerando que o jornalista e aliado de Nascimento, Tião Lucena, já disse que não há nenhum dos aliados do prefeito que esteja preparado para tal. Ademais, Cleonice tem dois vereadores que lhe apoiam incondicionalmente, que são Ivonete Limeira e Alaelson Henriques; tem os irmãos (ricos empresários) que, certamente, não vão deixar o cavalo passar selado sem que nele montem.

Diante do exposto, constata-se que são vários os fatores que conspiram contra o prefeito e a favor da grife Gino’s. Confabulações familiares já estão sendo realizadas para engrossar o gogó da nova presidente que, diga-se em verdade, seu mandato foi conseguido a duras penas por méritos valiosos somente seus e de alguns parentes. É fato também que o senhor prefeito não tinha nenhum interesse em sua eleição, mesmo porque, em que pese ser Cleonice aliada de Nascimento, nunca foi depositária de muita confiança, tampouco de prestígio pelo chefe do Poder Executivo. Será que pelo fato de não haver tomado conta do galinheiro, chegou a hora do troco? Será que o tiro que Nascimento deu no pé, pode ser traduzido num tiro de misericórdia? Logo, logo, saberemos. Avante Crêu de Gino!

DSMR, em 08 de janeiro de 2021

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