Victor Meirelles frequentou a Academia Imperial de Belas Artes, no grupo Rio de Janeiro, e conquistou o prêmio de viagem à Europa em 1853, estudando em Roma, Florença e Paris. Foi um dos responsáveis pela consolidação da pintura histórica no Brasil durante o reinado de dom Pedro II (1841-1889) e teve, entre seus alunos, artistas como Eliseu Visconti (1866-1944) e Almeida Júnior (1850-1899). Moema (1866) apresenta a personagem do poema épico Caramuru, de frei Durão (1722-1784), morta na praia depois de afogar-se enquanto seguia, a nado, o navio de Diogo Álvares, sua paixão que retornava a Portugal. Moema foi um tema que teve grande sucesso na arte, na literatura e na música da época. O assunto é próprio do romantismo indianista, que busca valorizar os temas nativos da história nacional, dentro de uma visão idealizada que escondia as barbáries da colonização. Na pintura do MASP, Meirelles retomou o tema europeu do nu feminino na paisagem em uma dimensão trágica, representando Moema como uma Vênus india. A obra aponta para o conflito entre a imagem do indígena como herói da nação, construída durante o Império, e a violência praticada contra as populações nativas e suas culturas. (Resenha do MASP)
DSMR, em 12 de abril de 2021.
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