A insistência do ex-governador Ricardo Coutinho dá mostras de que ainda não lhe caiu a ficha

Repito a máxima do venerável ex-primeiro-ministro britânico, Winston Churchill: “A política é igual à guerra. A única diferença é que na guerra só se morre uma vez”. Com isso, Churchill quis dizer que na atividade política a ressurreição é possível. É verdade. Sabemos todos, que políticos fragorosamente derrotados numa eleição, muitas vezes, retornam vitoriosos nos braços do povo. Com o autor da frase acima isso aconteceu mais de uma vez.

Nos transportando para os tempos atuais e para o cenário paraibano, nos ateremos ao caso do ex-governador Ricardo Coutinho. Este, que governou a Paraíba por duas vezes e que, inegavelmente, fez excelente administração, é um caso à parte. Denunciado pelos próprios auxiliares de haver praticado atos de corrupção, Coutinho caiu em desgraça. Não fora haver sido pego com a mão na cumbuca - quando gravações telefônicas vieram a público denunciando suas confabulações criminosas com atravessadores -, poderia até conseguir a salvação. Mas, não. Comprovado o crime, para o eleitorado paraibano, Ricardo é página virada.

O ex-governador poderá até se livrar da Justiça, porém, da execração pública, é quase impossível conseguir. Apresentou-se às urnas nas últimas eleições (15/11/2021) como candidato a prefeito de João Pessoa e amargou um humilhante sexto lugar. Agora, pensando nas eleições do ano que vem, não conseguindo apoios aqui na Paraíba, busca-os na esfera federal. Semana passada, posou para uma foto ladeado por Lula e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tentando viabilizar uma candidatura ao governo do estado da Paraíba.

Chamo a isso de um forçamento de barra, uma vez ser notória a sua rejeição aqui na Paraíba. Diferente de Lula, que teve seus processos – por incompetência jurisdicional -, anulados pelo STF, Ricardo Coutinho tem todas as suas falcatruas devidamente comprovadas e apuradas em foro competente. Mesmo assim, insiste em voltar ao palco e para isso apela para tudo, principalmente para a bênção de Lula. A foto, que em nada ajudará ao ex-governador no seu afã de retornar à ribalta, certamente prejudicará as intenções eleitorais de Lula aqui na Paraíba. Carne de porco não deve ser servida em hospitais.