RICHOMER GÓES DE CAMPOS
BARROS
RICHOMER GÓIS DE CAMPOS
BARROS nasceu em
Triunfo/PE, em 14 de fevereiro de 1895 e era o filho mais velho de João do
Nascimento Lopes Barros e de dona Maria Fernandina Góes de Campos Barros.
Casou-se com dona Noemi Florêncio Barros, com quem teve os filhos: João;
Artemis; Ada; Oscar; Paulo e Aída. Em que pese haver nascido na cidade
pernambucana de Triunfo, Richomer Barros é considerado um princesense
(“princesado”), pois, foi aqui que constituiu família e desenvolveu a maioria
de suas atividades enquanto não estava viajando pelo resto do País, sem falar
que teve efetiva e atuante participação nos eventos referentes à “Guerra de
Princesa”, em 1930. Desprovido de instrução superior, porém, dono de
inteligência fantástica, Richomer era considerado um intelectual de grande
monta por desenvolver várias atividades culturais; era poeta, músico, compositor,
botânico, escritor e jornalista. Sobre seu pai, anotou a escritora princesense,
Ada Florêncio Barros da Nóbrega, em seu livro: “Feliciano Rodrigues Florêncio – O moço, o major, o velho” – Ideia
– 2013 – João Pessoa/PB – pp. 160:
“(...) O esposo de Noemi, Richomer
Góes de Campos Barros, era funcionário federal do Ministério da Agricultura.
Muito bem apessoado, muito vaidoso, só vestia branco e só calçava
sapatos-chocolate, Era possuidor de notável força física (halterofilista),
nadador exímio, músico amador, compositor, botânico e também poeta, escritor e
jornalista. Como tal, colaborou nos jornais “Diário de Pernambuco”, “Correio de
São Paulo”, “A União” e na revista “Pará Agrícola”. São de sua autoria a
“Monografia de Princesa” e “O Caroá em Pernambuco e sua ocorrência nos demais
Estados do Nordeste”, publicada em 1941 pela Imprensa Nacional do Rio de
Janeiro, e “Pródomos dos acontecimentos de Princesa – 1930”. Foi também revisor
do jornal “Folha do Povo” do Recife.”.
SOBRADO ONDE MORAVA RICHOMER BARROS,
EM PRINCESA
“Advogado”, telegrafista,
estrategista e intelectual
Além das atividades intelectuais, Barros, exercia também a de
rábula (advogado dativo e leigo, indicado pelo juiz para defender aqueles que
não podiam pagar um defensor). Antes e durante a “Guerra de Princesa” funcionou
como telegrafista dos “Correios e Telégrafos” de Princesa e por isso, segundo o
historiador José Octávio de Arruda Mello, foi tachado pelo Jornal “A União”
(04/06/1930), como: “telegrafista das hordas inimigas” e considerado, pelo
mesmo escritor, como: ”Conselheiro e redator de José Pereira”. Pelos seus dotes
intelectuais, o historiador princesense, Paulo Mariano escreveu em seu livro “Princesa – Antes de Depois de 30” – Ideia
– 2015 – João Pessoa/PB pp. 191, sobre Richomer: “Richomer Barros, o mais refinado intelectual de Princesa; homem de
sólida cultura (...).”. Segundo seu filho mais velho, João Florêncio de
Campos Barros, Richomer, curioso que era e vocacionado para o entendimento dos
assuntos do momento, durante a II Guerra Mundial, quando estava em Princesa, já
no final de sua vida, acompanhava - num grande mapa estendido numa das paredes
do sobrado onde morava -, todas as movimentações das tropas dos exércitos “Aliados”
EUA, Reino Unido e França) e do “Eixo” (Alemanha, Itália e Japão), em luta nos
campos da Europa e do Pacífico Norte, e discorria sobre os assuntos do grande
Conflito Mundial demonstrando grande conhecimento de causa, tal qual um
estrategista bélico. Na qualidade de intelectual, escreveu sobre a “Guerra de
Princesa” um trabalho intitulado: “Pródomos
de 1930”. Escreveu também um tratado sobre o cultivo de bromélias com o
título: “O Caroá e sua ocorrência no
Nordeste”, além de uma “Monografia de
Princesa”. Richomer escrevia também artigos e crônicas para vários jornais
e revistas do país e era correspondente de um jornal do estado do Pará. Em
Princesa, era o redator oficial do coronel José Pereira Lima, quando redigia
telegramas, mensagens, manifestos, cartas, enfim, toda comunicação escrita do
chefe político de Princesa, principalmente, durante o conflito de 1930.
Perseguição e morte
Logo após o assassinato do presidente João Pessoa, findou-se
a “Guerra de Princesa” e, com a eclosão da Revolução de 30, como quase todos os
correligionários do coronel José Pereira, sofreu, Richomer, perseguições por
parte dos novos donos do poder. Em certa ocasião, foi preso pela polícia
paraibana pelo fato de estar portando à cinta, uma arma de fogo (costume
normalmente cultuado à época). Livrou-se desse processo quando conseguiu um habeas corpus junto ao Tribunal de
Justiça do Estado da Paraíba em 1932. O nosso biografado não teve vida muito
tranquila, uma vez que a viveu quase toda fora de Princesa, percorrendo as
várias regiões do Brasil em busca de conhecimento, afazeres que satisfizessem
sua desmedida curiosidade intelectual e também, hedonista que era, dos prazeres
da carne. Viveu em São Paulo, em Belém do Pará, em Belo Horizonte, em Salvador,
no Recife, em João Pessoa e também, no Rio de Janeiro, então Capital Federal.
Em fins de 1943, retornou definitivamente a Princesa, vindo a falecer,
precocemente, aos 50 anos de idade, em 1945. Por tudo que representou para
Princesa, está Richomer Góis de Campos Barros a merecer um lugar de destaque na
galeria dos princesenses ilustres por ter contribuído para a construção da
nossa história.
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