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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

ANTOLOGIA DOS PRINCESENSES ILUSTRES


RICHOMER GÓES DE CAMPOS BARROS

RICHOMER GÓIS DE CAMPOS BARROS nasceu em Triunfo/PE, em 14 de fevereiro de 1895 e era o filho mais velho de João do Nascimento Lopes Barros e de dona Maria Fernandina Góes de Campos Barros. Casou-se com dona Noemi Florêncio Barros, com quem teve os filhos: João; Artemis; Ada; Oscar; Paulo e Aída. Em que pese haver nascido na cidade pernambucana de Triunfo, Richomer Barros é considerado um princesense (“princesado”), pois, foi aqui que constituiu família e desenvolveu a maioria de suas atividades enquanto não estava viajando pelo resto do País, sem falar que teve efetiva e atuante participação nos eventos referentes à “Guerra de Princesa”, em 1930. Desprovido de instrução superior, porém, dono de inteligência fantástica, Richomer era considerado um intelectual de grande monta por desenvolver várias atividades culturais; era poeta, músico, compositor, botânico, escritor e jornalista. Sobre seu pai, anotou a escritora princesense, Ada Florêncio Barros da Nóbrega, em seu livro: “Feliciano Rodrigues Florêncio – O moço, o major, o velho” – Ideia – 2013 – João Pessoa/PB – pp. 160:

“(...) O esposo de Noemi, Richomer Góes de Campos Barros, era funcionário federal do Ministério da Agricultura. Muito bem apessoado, muito vaidoso, só vestia branco e só calçava sapatos-chocolate, Era possuidor de notável força física (halterofilista), nadador exímio, músico amador, compositor, botânico e também poeta, escritor e jornalista. Como tal, colaborou nos jornais “Diário de Pernambuco”, “Correio de São Paulo”, “A União” e na revista “Pará Agrícola”. São de sua autoria a “Monografia de Princesa” e “O Caroá em Pernambuco e sua ocorrência nos demais Estados do Nordeste”, publicada em 1941 pela Imprensa Nacional do Rio de Janeiro, e “Pródomos dos acontecimentos de Princesa – 1930”. Foi também revisor do jornal “Folha do Povo” do Recife.”.


SOBRADO ONDE MORAVA RICHOMER BARROS, EM PRINCESA

 

“Advogado”, telegrafista, estrategista e intelectual

Além das atividades intelectuais, Barros, exercia também a de rábula (advogado dativo e leigo, indicado pelo juiz para defender aqueles que não podiam pagar um defensor). Antes e durante a “Guerra de Princesa” funcionou como telegrafista dos “Correios e Telégrafos” de Princesa e por isso, segundo o historiador José Octávio de Arruda Mello, foi tachado pelo Jornal “A União” (04/06/1930), como: “telegrafista das hordas inimigas” e considerado, pelo mesmo escritor, como: ”Conselheiro e redator de José Pereira”. Pelos seus dotes intelectuais, o historiador princesense, Paulo Mariano escreveu em seu livro “Princesa – Antes de Depois de 30” – Ideia – 2015 – João Pessoa/PB pp. 191, sobre Richomer: “Richomer Barros, o mais refinado intelectual de Princesa; homem de sólida cultura (...).”. Segundo seu filho mais velho, João Florêncio de Campos Barros, Richomer, curioso que era e vocacionado para o entendimento dos assuntos do momento, durante a II Guerra Mundial, quando estava em Princesa, já no final de sua vida, acompanhava - num grande mapa estendido numa das paredes do sobrado onde morava -, todas as movimentações das tropas dos exércitos “Aliados” EUA, Reino Unido e França) e do “Eixo” (Alemanha, Itália e Japão), em luta nos campos da Europa e do Pacífico Norte, e discorria sobre os assuntos do grande Conflito Mundial demonstrando grande conhecimento de causa, tal qual um estrategista bélico. Na qualidade de intelectual, escreveu sobre a “Guerra de Princesa” um trabalho intitulado: “Pródomos de 1930”. Escreveu também um tratado sobre o cultivo de bromélias com o título: “O Caroá e sua ocorrência no Nordeste”, além de uma “Monografia de Princesa”. Richomer escrevia também artigos e crônicas para vários jornais e revistas do país e era correspondente de um jornal do estado do Pará. Em Princesa, era o redator oficial do coronel José Pereira Lima, quando redigia telegramas, mensagens, manifestos, cartas, enfim, toda comunicação escrita do chefe político de Princesa, principalmente, durante o conflito de 1930.

Perseguição e morte

Logo após o assassinato do presidente João Pessoa, findou-se a “Guerra de Princesa” e, com a eclosão da Revolução de 30, como quase todos os correligionários do coronel José Pereira, sofreu, Richomer, perseguições por parte dos novos donos do poder. Em certa ocasião, foi preso pela polícia paraibana pelo fato de estar portando à cinta, uma arma de fogo (costume normalmente cultuado à época). Livrou-se desse processo quando conseguiu um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba em 1932. O nosso biografado não teve vida muito tranquila, uma vez que a viveu quase toda fora de Princesa, percorrendo as várias regiões do Brasil em busca de conhecimento, afazeres que satisfizessem sua desmedida curiosidade intelectual e também, hedonista que era, dos prazeres da carne. Viveu em São Paulo, em Belém do Pará, em Belo Horizonte, em Salvador, no Recife, em João Pessoa e também, no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Em fins de 1943, retornou definitivamente a Princesa, vindo a falecer, precocemente, aos 50 anos de idade, em 1945. Por tudo que representou para Princesa, está Richomer Góis de Campos Barros a merecer um lugar de destaque na galeria dos princesenses ilustres por ter contribuído para a construção da nossa história.





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