SEBASTIÃO MEDEIROS nasceu em Princesa, em 11 de janeiro
de 1902, filho do senhor Plácido José de Medeiros e de dona Philomena Leandro,
casado com dona Anália Xavier de Sá com que teve os filhos: Lauricéa,
Reginaldo, Hélio, Filomena, José Nildo, Sebastião Filho e Sandra.
Comerciante, industrial e agricultor
Sebastião, desde cedo vocacionado para o comércio, talvez
tenha sido o maior comerciante princesense de todos os tempos. Teve longa vida
e, nesse transcurso, nunca deixou de fazer negócios. Já na década de 1930, era
Medeiros o maior comerciante do Alto Sertão Paraibano. Dono da “Casa Estrêla”, fundada
em 1927, através desse empreendimento desenvolvia suas atividades negociais que
envolviam, desde a produção e beneficiamento de algodão; compra e venda de
peles à comercialização de tecidos e gasolina. Além dessas atividades
industriais e comerciais era também proprietário de vastas terras agricultáveis
e criador de gado. A “Casa Estrêla”, especializada em estivas era gerenciada
pelo seu irmão mais novo Belarmino Medeiros, mais conhecido por “Belo Medeiros”
e já naquela época (década de 30) expandia suas ações comerciais através de
duas filiais: uma no vizinho distrito de Tavares e a outra no distrito de
Alagoa Nova (atual Manaíra). Os negócios de Sebastião Medeiros se estendiam
também às comunas do Vale do Piancó, vendendo em grosso para as praças de Nova
Olinda, Sant’Ana, Conceição, Misericórdia (atual Itaporanga), dentre outras
praças. A “Casa Estrêla”, de acordo com o “Anuário da Paraíba” de 1934 era:
“Uma das mais importantes casas de
comercio da cidade de Princêza, no interior do Estado da Paraiba, é, sem duvida
alguma, a CASA ESTRÊLA, de propriedade do negociante Sebastião Medeiros. Não só
pela solida situação em que se encontra financeiramente, a referida firma,
como, tambem, pelos largos negócios que desenvolve, o grande estabelecimento
que enriquece o comercio da linda cidade sertaneja, porque, sem duvida, um
grande destaque dentre as maiores e mais consideradas casas comerciais de
Princêza”.
O político
SEBASTIÃO MEDEIROS QUANDO DE SUA PRIMEIRA CANDIDATURA A PREFEITO DE PRINCESA.
Além de importante
comerciante, Medeiros adentrou também na seara política. Porém, nessa
atividade, não teve muita sorte. Foi candidato a prefeito de Princesa em 1947
concorrendo com Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), tendo como seu companheiro
de chapa o também comerciante Severino Barbosa de Oliveira. Nesse pleito,
Sebastião obteve 2.150 votos contra 2.456 obtidos por Nominando Muniz Diniz,
seu adversário, que imprimiu uma diferença de 346 sufrágios sobre Medeiros.
Derrotado nesse pleito, Sebastião concorreu novamente ao cargo de prefeito, em
1955, tendo como seu vice-prefeito o tavarense Tertuliano Nunes de Morais, mais
conhecido como “Terto”. Nessa empreitada foi novamente derrotado por “seu” Mano
que o bateu nas urnas quando recebeu dos eleitores, 3.192 sufrágios contra
Sebastião que foi votado por 2.497 eleitores. Foi essa a última incursão de
Sebastião Medeiros em busca de um cargo eletivo. O insucesso do grande
comerciante na vida pública provocou a criação de comentário público e malicioso,
quando diziam: “Quando é pra perder a
eleição, Aloysio bota Sebastião”.
Além das
atividades comerciais e políticas, Sebastião Medeiros teve também intensa vida
social, uma vez que participava de todos os eventos chiques da cidade. Homem
elegante, de boa aparência e sempre bem vestido, era considerado um cavalheiro
de primeira linha. Gostava de dançar e era presente em todos os acontecimentos
sociais do lugar. Foi membro do “Grêmio Recreativo Princesense”, fundado em
1925. Era ativo nas festividades profanas promovidas pela Igreja, como leilões,
quermesses, etc. e, na vida social da cidade, foi participante quando não
promotor de várias festas. No final de sua vida, acometido de diabetes, teve
seus membros inferiores amputados, porém, mesmo assim, não cessou suas
atividades comerciais e gostava também do jogo de baralho que foi seu
divertimento final. Faleceu, aos 85 anos de idade, em 07 de setembro de 1987. Pelo
muito que representou Sebastião Medeiros para a construção da história da nossa
Terra, tanto no campo da economia como no social e no político, está esse nobre
cidadão a merecer ser inscrito no panteão dos princesenses ilustres.
Gratidão a você Domiguinhos pela belo relato sobre meu pai.
ResponderExcluirA casa Estrela,atual bar de Zé Hélio ainda existe na parede a placa azul com os seguintes dizeres: vendas a dinheiro.