(Comemorando o 3º Aniversário de lançamento do meu livro: Princesa História e Voto (1935/2016)
Na verdade, é bastante dicotômico conceituar o contido em
duas atividades por demais diversas: escrever e fazer política. Porém, apesar
das divergências contidas entre si, essas atividades se completam
principalmente a segunda, quando nos oferece a possibilidade de conhecer as
pessoas e saber das coisas, o que subsidia a primeira.
Desde 1992 adentrei no mundo da política partidária e
eleitoral. Como é do conhecimento de muitos, fui eleito vereador por cinco
vezes consecutivas; de uma feita, prefeito por acaso e, de outra, eleito pelas
urnas. Exercitei, durante quase vinte anos a atividade parlamentar, o que fiz
(modéstia à parte) com maestria: fiz proposituras várias, requerimentos,
denúncias, pronunciamentos contundentes, enfim, exerci os mandatos que me foram
delegados, de forma plena. Como prefeito durante quase cinco anos, experimentei
o pão que o diabo amassou. Administrei o município no pior momento em que se
encontrava: dificuldades financeiras provocadas por crises econômicas e
políticas (impeachment de Dilma Rousseff); estiagem braba (5 anos de seca) e
compromisso em manter alianças políticas as mais diversas e dispendiosas. Se
bati paradas no campo político – principalmente no das articulações - não tive
muito sucesso no campo administrativo.
Desavisado e com as melhores das intenções, priorizei as
coisas básicas, a exemplo do atendimento à Saúde, do funcionamento da Educação
e, principalmente, a assistência às necessidades dos mais pobres – do que não
me arrependo. Prevariquei no pagamento de salários, motivado pelo que assinalei
acima: a crise financeira que fez parcos os recursos repassados ao município – principalmente
no tocante aos dinheiros destinados à educação. O problema é que o cobertor era
curto. Ou seja: quando cobria a cabeça, descobriam-se os pés - e isso foi fatal
para o parcial insucesso da minha administração. Ou seja, um único item
contaminou todo o contexto. Esse erro teve o condão de obscurecer todos os
acertos. A lembrança popular atém-se aos três meses de atrasos salariais e se
esquece das várias obras que carreei para o município; da distribuição de água
nas periferias da cidade durante o período de estiagem; da saúde e da educação
de boa qualidade e, o que considero a joia da coroa: a Adutora do Pajeú que
trouxe água boa e perene do Rio São Francisco para Princesa.
O aprendizado com
a atividade política me concedeu a possibilidade de viabilizar a feitura do
livro que lancei em fevereiro de 2019: “Princesa
– História e Voto (1935/2016)”. Na atividade literária as coisas são muito diferentes.
Adentrei nessa seara para botar no papel parte do que aprendi na outra. Ao
escrever e publicar o livro acima mencionado acredito haver tido mais sucesso
do que no exercício dos mandatos eletivos. Até porque, quando escrevemos, mesmo
que o conteúdo não seja dos melhores, os erros são consertáveis. Depois de
apormos a letra no papel, esse trabalho é submetido a um revisor que corrige os
defeitos gramaticais, gráficos, de estilo, etc. Na atividade política não. Os
erros são “inconsertáveis” e, no mais das vezes, imperdoáveis. Acho que, por
isso, tenho sido mais festejado nessa atividade de escrever do que na de fazer
política. Observei com alegria que nos dois lançamentos do meu escrito – que
promovi em Princesa e em João Pessoa -, fui muito prestigiado pelos meus amigos
e conterrâneos. Em Princesa, apesar da forte chuva que caiu no dia do
lançamento do livro (23 de fevereiro de 2019), verificou-se maciça presença de
amigos naquele evento. Em João Pessoa, no dia 30 de março do mesmo ano, na
“Livraria do Luiz”, o lançamento foi um sucesso.
Em que pese às notórias ausências de conterrâneos ilustres
que fazem ou fizeram parte da história política princesense (tema central do
livro), tive o grato prazer de encontrar ali amigos do quilate de: Ceição
Arruda, Mariângela Sitônio, Toinho Pinheiro, Nim, Marcos Burrego, Tadeu Antônio,
Pacelli e Marcelo Mandú, Walliston, Babá, Maurício, Eudes Chaves, Agnelo, Sara
e Neit Muniz, André Gomes, o ex-senador Roberto Cavalcanti, o ex-conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba Flávio Satyro, Terezinha de Paulo
Mariano e suas filhas Nayana e Serioja, Painho, Bidiça Emmanuel Arruda, Thiago
Pereira, o vereador pessoense Helton Renê, Rogal, minha comadre Tô e Rosarinho
de “seu” Tião Basílio, Adelmo de Marinalda, Tony de Zé de Orlando, o poeta
Oliveira de Panelas, Geraldo e Francinete, Erick e Monique, Diassis de Licor,
dentre outros. Até Tião Lucena, notório adversário político meu,
civilizadamente, escreveu no seu Blog artigo elogiando e homenageando o evento.
Em face disso, vê-se que, no mundo das artes, se desvanecem
as intrigas dando lugar ao reconhecimento do que é bom e salutar para a
convivência de pessoas com pensamentos diferentes. Somadas essas duas
atividades, observamos que elas nos dão a possibilidade de conhecer quase tudo.
Na política, temos a oportunidade de conhecer as pessoas, seus caráteres, suas
necessidades e demandas. Na literatura, apresenta-se o condão de conhecermos a
história que molda comportamentos e o serviço que guia para o futuro. Apesar de
antagônicas, ambas as atividades aqui abordadas, se completam quando – nesse caso
específico -, uma [a política] possibilitou a feitura da outra [o livro]. Se a
primeira dividiu, a segunda promoveu a reunião de amigos e adversários em torno
do escrito que trata da história recente da nossa querida terra. Viva Princesa!
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