Diante de gravíssimas denúncias de favorecimento de prefeitos
com recursos do FNDE – Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação,
capitaneados pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, o
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, após divulgação de gravação em que afirma
que cumpria ordens do presidente Jair Bolsonaro para atender demandas indicadas
pelos dois pastores, viu-se no meio de uma situação insustentável e, mesmo sob
as bênçãos da primeira-dama, teve de pedir demissão.
O presidente Jair Bolsonaro que, nos últimos dias, vem
alardeando aos quatro ventos que no seu governo não existe corrupção, viu-se
numa saia justa quando, além disso, afirmou: “Eu boto a cara no fogo pelo
Milton, ele está sendo injustiçado”. Diante das evidências de corrupção e da
repercussão que tomou a denúncia feita pelo jornal “O Estado de São Paulo”,
Bolsonaro tirou a cara do fogo, botou a língua na viola, mandou chamar o
ministro e ordenou-lhe que pedisse demissão. Quem fala demais é atropelado pela
língua.
Chefiando um governo eivado de militares e de auxiliares
“terrivelmente evangélicos”, o presidente Jair Bolsonaro tem pagado micos desde
o início de sua administração. Chegada a hora de a onça beber água, ou seja, a
hora da campanha eleitoral pela reeleição, o “mito” anda aperreado. Semana
passada, teve de discursar ao lado do ex-presidente Fernando Collor e do
presidente do PL, Waldemar Costa Neto, ambos do “centrão” e também investigados
por corrupção. De quebra, estava também ao seu lado o general Augusto Heleno,
aquele que cantou, em 2018: “se gritar pega ‘centrão’, não fica um meu
irmão...”
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