ODE

terça-feira, 29 de março de 2022

Sob denúncia de corrupção, Ministro da Educação é demitido

Diante de gravíssimas denúncias de favorecimento de prefeitos com recursos do FNDE – Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, capitaneados pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, após divulgação de gravação em que afirma que cumpria ordens do presidente Jair Bolsonaro para atender demandas indicadas pelos dois pastores, viu-se no meio de uma situação insustentável e, mesmo sob as bênçãos da primeira-dama, teve de pedir demissão.

O presidente Jair Bolsonaro que, nos últimos dias, vem alardeando aos quatro ventos que no seu governo não existe corrupção, viu-se numa saia justa quando, além disso, afirmou: “Eu boto a cara no fogo pelo Milton, ele está sendo injustiçado”. Diante das evidências de corrupção e da repercussão que tomou a denúncia feita pelo jornal “O Estado de São Paulo”, Bolsonaro tirou a cara do fogo, botou a língua na viola, mandou chamar o ministro e ordenou-lhe que pedisse demissão. Quem fala demais é atropelado pela língua.

Chefiando um governo eivado de militares e de auxiliares “terrivelmente evangélicos”, o presidente Jair Bolsonaro tem pagado micos desde o início de sua administração. Chegada a hora de a onça beber água, ou seja, a hora da campanha eleitoral pela reeleição, o “mito” anda aperreado. Semana passada, teve de discursar ao lado do ex-presidente Fernando Collor e do presidente do PL, Waldemar Costa Neto, ambos do “centrão” e também investigados por corrupção. De quebra, estava também ao seu lado o general Augusto Heleno, aquele que cantou, em 2018: “se gritar pega ‘centrão’, não fica um meu irmão...” 








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