ODE

sábado, 7 de maio de 2022

JOAQUIM MARIANO, O AVIÃO E A ROÇA

      Conta-se que Joaquim Mariano botava roças imensas. Para mantê-las, contratava vários trabalhadores de aluguel, pagando-lhes diárias baratas demais e dando almoços sem mistura. Muquirana que era, fiscalizava pessoalmente o desempenho dos contratados para que não fizessem corpo mole no serviço do plantio, da limpa ou da colheita. Certo dia, quando tinha 60 homens trabalhando sob seu olhar, um avião – que trazia o deputado federal Teotônio Neto para um comício em Princesa - sobrevoou a roça e um dos trabalhadores parou de capinar e levantou a cabeça para olhar a aeronave lá no alto (um vício que todo princesense cultua até hoje, inclusive eu, acho que traumatizados pela Guerra de Princesa em 1930). Vendo isso, Joaquim Mariano reclamou, rudemente, instando o “alugado” a voltar ao serviço. Diante da reclamação o trabalhador respondeu:

 

- Mas, seu Joaquim, é só um minutinho...

Ao que o velho respondeu:

- Um minutinho? E se os outros 59 trabalhadores pararem também prá espiar essa peste desse avião? Aí eu “pêico” uma hora de serviço! Ao trabalho!

 


 






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