ODE

segunda-feira, 20 de junho de 2022

SOU POETA POPULAR

Sou poeta popular

Faço questão de dizer

Pois me honra e dá prazer

Meu cordel apresentar.

Eu não quero misturar

Estilos de poesia

Se só tô em sintonia

Falando do meu Nordeste,

Do nosso cabra da peste

Costumes e valentia.


Falando do rouxinol

Do cancão, duma rolinha

E de ver de tardezinha

O mais lindo pôr do sol.

Contemplar o arrebol

Se deslumbrar na enchente

Quando o riacho valente

Vai de barreira a barreira,

E um sapo na cabeceira

Guiando a tromba da frente.


Falar do nosso vaqueiro

Que corre boi na jurema

Do canto da seriema

Prenunciando o chuveiro.

Da folha do marmeleiro

Que quando ta se soltando

Ela estar anunciando

Que a planta perdendo o terno,

Já é o fim do inverno

As chuvas tão terminando.


Descrever nosso caju

No cacho soltando cheiro

E um pé de mamoeiro

Coberto de sanhaçú.

A carreira do tiú

Que não consegue escutar

A mãe da lua cantar

O bacurau se esconder,

Depois dizer com prazer:

Sou poeta popular.


Poeta cordelista

Rena Bezerra

20/06/22




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