Sou poeta popular
Faço questão de dizer
Pois me honra e dá prazer
Meu cordel apresentar.
Eu não quero misturar
Estilos de poesia
Se só tô em sintonia
Falando do meu Nordeste,
Do nosso cabra da peste
Costumes e valentia.
Falando do rouxinol
Do cancão, duma rolinha
E de ver de tardezinha
O mais lindo pôr do sol.
Contemplar o arrebol
Se deslumbrar na enchente
Quando o riacho valente
Vai de barreira a barreira,
E um sapo na cabeceira
Guiando a tromba da frente.
Falar do nosso vaqueiro
Que corre boi na jurema
Do canto da seriema
Prenunciando o chuveiro.
Da folha do marmeleiro
Que quando ta se soltando
Ela estar anunciando
Que a planta perdendo o terno,
Já é o fim do inverno
As chuvas tão terminando.
Descrever nosso caju
No cacho soltando cheiro
E um pé de mamoeiro
Coberto de sanhaçú.
A carreira do tiú
Que não consegue escutar
A mãe da lua cantar
O bacurau se esconder,
Depois dizer com prazer:
Sou poeta popular.
Poeta cordelista
Rena Bezerra
20/06/22
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