ODE

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Carta Magna em lápis grafite

A Constituição Brasileira, promulgada em 03 de outubro de 1988, deveria ter sido escrita a lápis grafite. Com apenas quase 34 anos de existência, a nossa Carta Magna já tem mais de 120 Emendas. Enquanto isso, a Constituição dos Estados Unidos, que data de 1787, portanto com 235 anos, tem apenas 27 Emendas. No Brasil de hoje, sob a égide de um governo incompetente e despótico do ponto de vista legal, o Estado é que tem de se adaptar ao Governo e não o contrário.

Agora, sob o governo do capitão Jair Messias Bolsonaro - que busca a reeleição em outubro próximo -, a Lei Maior do país está sendo modificada, através de uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional, para viabilizar o pagamento de benefícios aos pobres – o que é vedado em período pré-eleitoral -, para fazer com que o presidente da República, que patina nas pesquisas eleitorais, melhore sua performance junto às classes menos favorecidas e consiga se reeleger.

É tão gritante o casuísmo, que no próprio texto da modificação constitucional, reza que esses benefícios, igual a remédios, têm prazo de validade: só vigorarão até dezembro deste ano de 2022. Ou seja, a medida tem cunho pura e escandalosamente eleitoreiro. A PEC eleitoral (como já está sendo chamada), é de iniciativa dos parlamentares do Centrão que insistem na reeleição de Jair Bolsonaro para que continuem usufruindo do famigerado “orçamento secreto”, o mensalão institucional. Melhor seria que distribuíssem, com esses deputados e senadores, borrachas que apagam letras escritas com lápis comum.



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