ODE

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

JOSÉ FLORENTINO DUARTE


JOSÉ FLORENTINO DUARTE E O TRIBUNO PRINCESENSE ALCIDES VIEIRA CARNEIRO 

JOSÉ FLORENTINO DUARTE, conhecido também como “Zé de Vó” era filho de Manoel Florentino Rodrigues e de dona Carolina Florentino Duarte (Calú). Nasceu em Princesa, em 18 de abril de 1931. Era casado e pai de duas filhas. Estudou o curso primário no Grupo Escolar “Gama e Melo” e logo que terminou esse curso, foi encaminhado pelo pai, para estudar na cidade pernambucana de Pesqueira. Nesse lugar, foi contemporâneo do também princesense ilustre, Paulo Cordeiro e Silva Mariano. Concluída a formação básica, no início da década de 1950 transferiu-se para a capital paraibana onde cursou, no “Liceu Paraibano”, o equivalente ao curso médio. Nesse período, firmou residência na famosa Casa do Estudante, localizada na Rua da Areia, no Varadouro, em João Pessoa. Nesse tempo, foi co-residente com o futuro governador da Paraíba, Wilson Leite Braga. Desde cedo, José Florentino Duarte demonstrou aptidão para as letras, mais exatamente vocacionado para as ciências jurídicas e com facilidade para o aprendizado de idiomas estrangeiros, pois, dominava os idiomas alemão, francês e inglês.

UMA DAS PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS DE JOSÉ FLORENTINO DUARTE

Formação Acadêmica e intelectual

Concluído o curso secundário, transferiu-se para a cidade do Recife/PE, e ali ingressou na Faculdade de Direito da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco onde se formou Bacharel em Ciências Jurídicas. Destacado entre seus colegas de Faculdade foi escolhido como orador da turma. Graças à sua formação humanística e ao seu talento intelectual, logo galgou altos postos na advocacia paraibana. Na qualidade de competente causídico funcionou em vários processos. Foi nomeado Procurador do Estado e, em pouco tempo, chegou a ser Juiz Substituto do TRE – Tribunal Regional Eleitoral, cargo que assumiu em 16 de agosto de 1992. De gênio irascível e hábitos esquisitos - o que lhe conferia difícil convivência -, mesmo assim, nada atrapalhou seu sucesso com as letras, tampouco seu admirável desenvolvimento intelectual. Além de jurista, Florentino era também poeta, jornalista, escritor e professor (lecionou na Faculdade de Direito da UFPB – Universidade Federal da Paraíba). Teve vários livros publicados, principalmente tratados sobre o Direito, entre eles: “O Direito como fato Social”; “Missão Social do Jurista”; “Na Face do Tempo” (Poemas); “Teoria do Direito e do Estado do Terceiro Milênio”; “Frases Soltas no Tempo – 1313 Pensamentos”; “Missão Social do Jurista” e “Sociedade de Economia Mista”. PHD em Direito, obteve esse título na então Alemanha Oriental. Era doutor pela Universidade de Humboldt, na Alemanha, sendo o primeiro Latino-Americano a defender Tese de Doutoramento na República Democrática Alemã. Além dessas qualidades intelectuais, presenteou sua Terra Natal com a composição da Letra do atual Hino Oficial do Município de Princesa, que foi musicado pelo também princesense ilustre, Manoel Marrocos Sobrinho.

Incursão na política

José Florentino Duarte sempre acalentou o desejo de dirigir os destinos de Princesa como prefeito do município. Aliado político do chefe do clã “Diniz”, sob a liderança de seu tio-avô Nominando Muniz Diniz, esteve sempre adversário de seu também parente, Aloysio Pereira Lima a quem defenestrava em seus contundentes pronunciamentos políticos por ocasião dos comícios eleitorais de que participava em Princesa. Certa feita atacou fortemente seu adversário, num comício realizado na cidade de Manaíra, quando chamou Aloysio – que concorria a mais um mandato de deputado estadual - de ingrato e dissimulado o que provocou a retaliação de Aloysio, em pronunciamento deslustroso ao nosso biografado. Vejamos o discurso de Pereira:

“(...) Pouco me importa o que disse de mim aquele que se diz princesense. Não considero conterrâneo quem só conspira para o mal. Não tenho respeito nem apreço por quem tenta impedir que eu obtenha a renovação de meu mandato quando tento alcançar esse desiderato para servir a Princesa. Não me importo com o que diz um sujeito, atrofiado desde o ventre materno, que não quer o bem da nossa terra (...)”.

 Porém, esse mesmo Aloysio Pereira, para surpresa de José Florentino Duarte, o convocou à sua casa, em João Pessoa e ofereceu-lhe, em 1963, a possibilidade de ser o candidato a prefeito de Princesa por pacificação. Feita a proposta, que foi prontamente aceita por Florentino, Pereira o encaminhou ao então governador Pedro Gondim, que enviou “Zé de Vó” - transportado a Princesa por um pequeno avião pertencente ao governo do Estado -, para confabular com “seu” Mano, sobre a viabilidade do acordo político. Chegando a Princesa, o tio-avô e correligionário de José Duarte recusou a proposta de pacificação, alegando que o candidato seria ele próprio. Com isso, Zé Florentino Duarte viu cair por terra seu sonho de ser prefeito de Princesa. Em que pese não haver logrado êxito no seu intento de adentrar à política de sua terra, o conjunto da obra de José Florentino Duarte - que faleceu em João Pessoa, em 06 de julho de 2012, vítima de insuficiência respiratória -, o credencia para pontuar como um princesense ilustre.



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