JOSÉ FLORENTINO DUARTE E
O TRIBUNO PRINCESENSE ALCIDES VIEIRA CARNEIRO
JOSÉ FLORENTINO DUARTE, conhecido também como “Zé de Vó” era filho de Manoel Florentino Rodrigues e de dona Carolina Florentino Duarte (Calú). Nasceu em Princesa, em 18 de abril de 1931. Era casado e pai de duas filhas. Estudou o curso primário no Grupo Escolar “Gama e Melo” e logo que terminou esse curso, foi encaminhado pelo pai, para estudar na cidade pernambucana de Pesqueira. Nesse lugar, foi contemporâneo do também princesense ilustre, Paulo Cordeiro e Silva Mariano. Concluída a formação básica, no início da década de 1950 transferiu-se para a capital paraibana onde cursou, no “Liceu Paraibano”, o equivalente ao curso médio. Nesse período, firmou residência na famosa Casa do Estudante, localizada na Rua da Areia, no Varadouro, em João Pessoa. Nesse tempo, foi co-residente com o futuro governador da Paraíba, Wilson Leite Braga. Desde cedo, José Florentino Duarte demonstrou aptidão para as letras, mais exatamente vocacionado para as ciências jurídicas e com facilidade para o aprendizado de idiomas estrangeiros, pois, dominava os idiomas alemão, francês e inglês.
UMA DAS PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS DE JOSÉ FLORENTINO DUARTE
Formação Acadêmica e intelectual
Concluído o curso secundário, transferiu-se para a cidade do
Recife/PE, e ali ingressou na Faculdade de Direito da UFPE – Universidade Federal
de Pernambuco onde se formou Bacharel em Ciências Jurídicas. Destacado entre
seus colegas de Faculdade foi escolhido como orador da turma. Graças à sua
formação humanística e ao seu talento intelectual, logo galgou altos postos na
advocacia paraibana. Na qualidade de competente causídico funcionou em vários
processos. Foi nomeado Procurador do Estado e, em pouco tempo, chegou a ser
Juiz Substituto do TRE – Tribunal Regional Eleitoral, cargo que assumiu em 16
de agosto de 1992. De gênio irascível e hábitos esquisitos - o que lhe conferia
difícil convivência -, mesmo assim, nada atrapalhou seu sucesso com as letras,
tampouco seu admirável desenvolvimento intelectual. Além de jurista, Florentino
era também poeta, jornalista, escritor e professor (lecionou na Faculdade de
Direito da UFPB – Universidade Federal da Paraíba). Teve vários livros
publicados, principalmente tratados sobre o Direito, entre eles: “O Direito
como fato Social”; “Missão Social do Jurista”; “Na Face do Tempo” (Poemas);
“Teoria do Direito e do Estado do Terceiro Milênio”; “Frases Soltas no Tempo –
1313 Pensamentos”; “Missão Social do Jurista” e “Sociedade de Economia Mista”.
PHD em Direito, obteve esse título na então Alemanha Oriental. Era doutor pela
Universidade de Humboldt, na Alemanha, sendo o primeiro Latino-Americano a
defender Tese de Doutoramento na República Democrática Alemã. Além dessas
qualidades intelectuais, presenteou sua Terra Natal com a composição da Letra
do atual Hino Oficial do Município de Princesa, que foi musicado pelo também
princesense ilustre, Manoel Marrocos Sobrinho.
Incursão na política
José Florentino Duarte sempre acalentou o desejo de dirigir
os destinos de Princesa como prefeito do município. Aliado político do chefe do
clã “Diniz”, sob a liderança de seu tio-avô Nominando Muniz Diniz, esteve
sempre adversário de seu também parente, Aloysio Pereira Lima a quem
defenestrava em seus contundentes pronunciamentos políticos por ocasião dos
comícios eleitorais de que participava em Princesa. Certa feita atacou
fortemente seu adversário, num comício realizado na cidade de Manaíra, quando
chamou Aloysio – que concorria a mais um mandato de deputado estadual - de
ingrato e dissimulado o que provocou a retaliação de Aloysio, em pronunciamento
deslustroso ao nosso biografado. Vejamos o discurso de Pereira:
“(...) Pouco me importa o que disse
de mim aquele que se diz princesense. Não considero conterrâneo quem só
conspira para o mal. Não tenho respeito nem apreço por quem tenta impedir que
eu obtenha a renovação de meu mandato quando tento alcançar esse desiderato
para servir a Princesa. Não me importo com o que diz um sujeito, atrofiado
desde o ventre materno, que não quer o bem da nossa terra (...)”.
Porém, esse mesmo
Aloysio Pereira, para surpresa de José Florentino Duarte, o convocou à sua
casa, em João Pessoa e ofereceu-lhe, em 1963, a possibilidade de ser o
candidato a prefeito de Princesa por pacificação. Feita a proposta, que foi
prontamente aceita por Florentino, Pereira o encaminhou ao então governador Pedro
Gondim, que enviou “Zé de Vó” - transportado a Princesa por um pequeno avião
pertencente ao governo do Estado -, para confabular com “seu” Mano, sobre a
viabilidade do acordo político. Chegando a Princesa, o tio-avô e
correligionário de José Duarte recusou a proposta de pacificação, alegando que
o candidato seria ele próprio. Com isso, Zé Florentino Duarte viu cair por
terra seu sonho de ser prefeito de Princesa. Em que pese não haver logrado
êxito no seu intento de adentrar à política de sua terra, o conjunto da obra de
José Florentino Duarte - que faleceu em João Pessoa, em 06 de julho de 2012,
vítima de insuficiência respiratória -, o credencia para pontuar como um
princesense ilustre.
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