Em desespero pela sofrível performance nas pesquisas de
intenções de votos de seu candidato, os partidários do presidente Jair
Bolsonaro, sem fugirem à regra preceituada pela escola das Fake News, exercitam,
às vezes, a criatividade, mas também o uso da mentira deslavada para levar
desinformações ao eleitorado brasileiro. Para tanto, não poupam nem o nome de
Deus.
Ontem (08), circulou, pelas redes sociais, um vídeo em que um
pastor de uma Igreja Evangélica, diante de um aglomerado de fiéis, num templo, divulgou
a seguinte informação: “Segundo o FMI, as
perspectivas para a economia mundial são sombrias e que, somente o Brasil, está
fora dessa perspectiva negativa”. Depois dessa divulgação mentirosa, o
pastor concitou a todos a aplaudirem e louvarem ao Senhor.
Comportamento dessa natureza é, além de preocupante quanto à
disseminação de mentiras, herético, quando de forma deslavada, usam o nome de
Deus em vão. Na contramão do afirmou o pastor evangélico, a verdadeira
informação divulgada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), dá conta de que
o crescimento do PIB brasileiro deverá cair, em 2023, de 1,4% para 1,1% e que, dentre
os países emergentes, o pior desempenho é o do Brasil.
Esqueceu, o mentiroso pastor, de dizer que a única vez em que
o Brasil ficou sem dever ao FMI foi durante o governo do presidente Lula e que,
em 2005 (durante o primeiro mandato presidencial de Lula), o Brasil emprestou
U$ 10 bilhões àquele Fundo Monetário Internacional. As mentiras pregadas pelos
bolsonaristas, que agora mais do que nunca, se apegam a Deus, soam não somente
como heresias, mas, também como uma afronta ao Criador quando usam seu nome em
vão.
Sobre o suposto pagamento da divida do FMI, devemos ressaltar que: Para pagar a dívida de US$ 15,5 bilhões ao FMI, o Brasil utilizou dólares de reservas internacionais que haviam sido constituídas às custas de emissão de títulos da dívida interna. Os juros da dívida com o FMI eram de 4% ao ano, enquanto os juros dos títulos da dívida na época eram de cerca de 19% ao ano. A dívida apenas mudou de mãos e ficou muito mais cara, deixamos de dever ao FMI para dever aos bancos que compram os títulos da dívida interna, e a um custo maior. Além disso, o dólar vinha desvalorizando fortemente na época. Se não tivéssemos antecipado o pagamento e aguardado o seu vencimento em 2007, teríamos desembolsado uma quantia bem menor, em reais, para quitar aquela dívida. Em resumo, na realidade a dívida não acabou, mas aumentou e mudou de lugar. Ou seja, tínhamos uma divida com juros a 4% ao ano, e pegamos dinheiro emprestado, para pagar essa divida com juros de 19% ao ano, 5x maior. Então Lula não pagou ao FMI. Forte abraço!
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