Daqui a exatos 30 dias, nos encaminharemos para as urnas com o intuito de escolher, em eleições quase gerais, o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. No âmbito federal, a disputa se afunila em uma polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Este, eleito em 2018 na esteira do antipetismo, numa avassaladora caça às bruxas da corrupção, se revela agora um blefe. Despreparado para o cargo, protagonizou um governo medíocre e, por conta disso, pontua num segundo lugar nas pesquisas deintenção de votos, atrás, justamente, daquele que fizeram prisioneiro por temor de ser guindado novamente ao cargo de presidente.
Lula, após 580 dias no cárcere, como a fênix, fez ressurgir das cinzas o seu PT e disputa agora como favorito o cargo da maior magistratura do país. Analistas políticos avaliam que a ascensão de Bolsonaro ao poder - um deputado do baixíssimo clero -, deu-se pela vontade de mudança em busca de algo completamente novo e que, a propaganda enganosa, ajudada por uma providencial peixeirada, foi determinante para a eleição de um candidato sem preparo sequer para ser vereador. É claro que um erro não conserta o outro.
No entanto, em sua sabedoria, o povo conduzido a escolher dentro desse saco de gatos que é a política nacional, tende a escolher aquele que, mesmo pairando sobre si suspeitas graves, o prefere porque, malgrado a folha corrida, tem uma pauta de incomparáveis serviços à Nação. Comparando os dois governos (Lula e Bolsonaro), o primeiro, mesmo exposto a acusações várias, capitaliza um saldo positivo por haver capitaneado a nau brasileira por oito anos de prosperidade e bem-estar para os mais necessitados. Isso é inquestionável.
Enquanto o capitão, eleito com um discurso anticorrupção e com promessas de abandonar a velha política em prol de um novo modelo de governar; em pouco tempo mostrou a cara se espelhando nas rachadinhas, nos escândalos da Covaxin e dos pastores do MEC, dos cheques da primeira-dama e, agora, dos imóveis adquiridos por familiares comprados por valores abaixo do mercado e pagos em dinheiro vivo. Tudo isso sob o guarda-chuva do famigerado centrão. Não bastasse isso, pesa também, sobre suas costas, grande parte das mortes por covid-19 e a penúria de 33 milhões de brasileiros com fome.
Ressabiado por enganações passadas, o povo brasileiro faz, claramente, uma opção pelo que já conhece. Desde o retorno das eleições diretas para residente da República (1989), com a redemocratização, em nenhuma situação o ocupante da principal cadeira do Palácio do Planalto, concorrendo à reeleição, partiu atrás - como agora acontece -, nas pesquisas eleitorais. É claro que eleição somente se encerra quando abertas as urnas e apurados os votos. No entanto, o que se vislumbra nessa reta final da campanha eleitoral é um claro favoritismo de Lula para retornar ao governo do Brasil. Numa plausível e incontestável prova de que o povo não é besta, em que pese os malabarismos financeiros promovidos, ao arrepio da lei, para viabilizar a reeleição do capitão, as pesquisas mostram que o Brasil vai botar Lula-lá novamente.
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