ODE

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Catar: o reino da hipocrisia

Começou ontem (20) a 22ª Copa do Mundo. É a primeira vez que o maior evento esportivo do mundo acontece num país árabe e de fé muçulmana. No afã de globalizar ainda mais o esporte mais popular do Planeta, a FIFA escolheu aquele riquíssimo país do Oriente Médio para sediar esse grande espetáculo que acontece de quatro em quatro anos e reúne países dos cinco continentes. Malgrado à boa intenção, muitos problemas têm advindo dessa escolha.

Sediar uma Copa do Mundo exige do anfitrião adaptar-se às diversas culturas dos povos dos quatro cantos da Terra. No Catar, não poderia ser diferente. No entanto, lá, a coisa vem se complicando. Muçulmano que é, aquele diminuto país, não está conseguindo conciliar seus costumes religiosos com os dos demais participantes da grande festa do futebol mundial.

Para começo de conversa, os catarianos, por motivos religiosos, são proibidos da ingestão de bebidas alcoólicas; as mulheres, não podem entrar nos estádios; os gays não podem se apresentarem como tal em público; bebidas alcoólicas só podem ser consumidas (pelos estrangeiros) depois das sete horas da noite quando termina a série de orações obrigatórias dos seguidores de Maomé. Além da homofobia e da misoginia oficializadas, direitos humanos, lá, é uma piada. Naquela ditadura abençoada por Alá, quem manda é o emir Tamim Bin Hamad Al Thani.

É salutar e necessário o respeito às diversas culturas dos povos do mundo inteiro. No entanto, um evento dessa magnitude não deveria ser realizado num país de costumes tão atrasados. Que tenham sua religião; mas, não podem obrigar aos outros professarem seus costumes. Mesmo porque, tudo é pautado pela hipocrisia. Quem não lembra do assassinato e do esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, um muçulmano? Quem não sabe que nesses países de crença islâmica as mulheres são relegadas a um plano inferior?

Na verdade, o Catar, mesmo sendo um dos países mais ricos do mundo, é também um dos lugares mais atrasados em termos de costumes. É governado por uma monarquia absolutista que manda e desmanda, representada por uma única família há mais de 150 anos, que pode tudo, inclusive matar seus dissidentes impunemente. No entanto, beber cachaça é proibido e, os gays de lá, podem beijar na boca somente dentro de casa. Enquanto ali, os armários ainda estão cheios, deveriam ter marcado essa Copa para acontecer, no Catar, somente em 2222 quando se tornassem mais civilizados e menos hipócritas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário