ODE

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Agora, cospem no prato que comeram

São muitos os que louvavam o “mito” e, agora, atiram-lhes pedras. O único que não foi avisado que é assim que a banda toca, foi o próprio capitão que, do alto de sua peculiar arrogância e despreparo para o exercício de tanto poder, sequer admitia que, mesmo os mais íntimos, lhes fizessem críticas corretivas de rumo. Arvorou-se de senhor, detentor supremo do poder de mando quando, encastelado nos Palácios da República, fez o que quis e, muito mais disse, sem se preocupar com as repercussões de suas atitudes estabanadas, tampouco com a opinião da imprensa, dos que o cercavam ou das visíveis consequências que se evidenciavam.

Todos os que o cercavam (inclusive os do “cercadinho”), o aplaudiam entoando o coro: “mito!”, “mito!”, “mito!”. Nada mais emblemática do que a fotografia em que o vice-presidente da República, o general reformado, Hamilton Mourão e outros generais, prestando continência ao capitão, Jair Messias Bolsonaro, na porta do Palácio do Planalto. Aquele retrato, evidencia o orgasmo que o poder proporcionava ao então presidente Bolsonaro. O problema é que, enquanto a mão direita, dos que prestavam continência, tocava suas testas, a mão esquerda, afagava a pedra que carregavam no bolso de suas calças.

Primeiro, foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) que, no afã de continuar no comando da Câmara Federal, logo reconheceu a vitória de Lula (PT) e, mais depressa ainda, se compôs com o novo presidente lhes garantindo total apoio para um governo futuro. Na esteira dessa demonstração de apoio, muitos seguiram o exemplo: O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já se diz “sócio” de Lula. O senador, Marcos Do Val (Podemos), já denuncia tentativa de golpe do capitão. Aqui na Paraíba, o ex-deputado, Julian Lemos (PSL), chama o “mito” de covarde, e por aí vai.

Traições, deslealdades e mudanças de comportamentos são, na vida, uma praxe e, na política, isso se exacerba sobremaneira. O poder embevece quando tem o condão de beneficiar a muitos. Desses tantos, pouquíssimos são os que permanecem fiéis. A grande maioria se bandeia para a nova ordem sem sequer trocar de camisa. O ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, oriundo do “baixo clero” do Poder Legislativo, não teve o alcance para entender essas idiossincrasias e, agora, vê aqueles que tanto comeram, cuspirem no seu prato. Pelo visto, muito mais haveremos de ver, alhures e aqui.




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