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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Apartado do poder, Bolsonaro colhe o que plantou

A efemeridade do poder é uma tragédia. Quando exercido com parcimônia, esse rápido período de glória deixa um legado de honras e louvações. Quando não, resulta numa fatura amarga. É isso o que vem acontecendo com Jair Messias Bolsonaro. Quando na ribalta, o então presidente, trancou tudo quando proibiu as investigações contra seus filhos e sua mulher, cooptando Ministério Público, Justiça, Câmara de Deputados e tudo o mais que pudesse lhes oferecer quaisquer transtornos em prejuízo à Nação.

Agora, fora do poder, as mazelas estão aparecendo num crescente, o que poderá atingi-lo em cheio. Não bastassem as irresponsabilidades cometidas pelo próprio, durante a pandemia da covid-19, quando negou vacinas e fez apologia de medicamentos inócuos para aquela doença, Bolsonaro está às voltas com as estripulias de seus auxiliares mais chegados quando, somente seus ajudantes de ordens, movimentaram, em suas contas pessoais, a bagatela de mais de R$ 11 milhões de reais.

Em face das investigações da Polícia Federal, tudo faz crer que essas movimentações financeiras estavam todas relacionadas ao ex-presidente. É tanto que a PF não tem interesse em ouvir o depoimento de Bolsonaro antes que as investigações avancem, por ter a certeza de que as provas que se apresentarão, deixarão o ex-presidente em situação indefensável. Há quem diga que não são somente as joias e os relógios caros que estão no meio dessas operações atípicas.

No meio policial, fala-se que foi encontrada apenas a ponta do iceberg. Uma análise mais acurada e mais profunda nos celulares dos Cid (pai e filho), do advogado Frederick Wassef e dos demais auxiliares da Ajudância de Ordens, poderá trazer revelações escabrosas. A dinheirama auferida com a venda dos presentes recebidos pelo presidente, é fichinha frente às movimentações financeiras atípicas que vêm sendo reveladas pelo COAF. É voz corrente, em Brasília, que as investigações em curso atingirão de morte a família Bolsonaro.



     

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