A efemeridade do poder é uma tragédia. Quando exercido com
parcimônia, esse rápido período de glória deixa um legado de honras e
louvações. Quando não, resulta numa fatura amarga. É isso o que vem acontecendo
com Jair Messias Bolsonaro. Quando na ribalta, o então presidente, trancou tudo
quando proibiu as investigações contra seus filhos e sua mulher, cooptando
Ministério Público, Justiça, Câmara de Deputados e tudo o mais que pudesse lhes
oferecer quaisquer transtornos em prejuízo à Nação.
Agora, fora do poder, as mazelas estão aparecendo num
crescente, o que poderá atingi-lo em cheio. Não bastassem as
irresponsabilidades cometidas pelo próprio, durante a pandemia da covid-19,
quando negou vacinas e fez apologia de medicamentos inócuos para aquela doença,
Bolsonaro está às voltas com as estripulias de seus auxiliares mais chegados
quando, somente seus ajudantes de ordens, movimentaram, em suas contas
pessoais, a bagatela de mais de R$ 11 milhões de reais.
Em face das investigações da Polícia Federal, tudo faz crer
que essas movimentações financeiras estavam todas relacionadas ao ex-presidente.
É tanto que a PF não tem interesse em ouvir o depoimento de Bolsonaro antes que
as investigações avancem, por ter a certeza de que as provas que se
apresentarão, deixarão o ex-presidente em situação indefensável. Há quem diga
que não são somente as joias e os relógios caros que estão no meio dessas
operações atípicas.
No meio policial, fala-se que foi encontrada apenas a ponta
do iceberg. Uma análise mais acurada e mais profunda nos celulares dos Cid (pai
e filho), do advogado Frederick Wassef e dos demais auxiliares da Ajudância de
Ordens, poderá trazer revelações escabrosas. A dinheirama auferida com a venda
dos presentes recebidos pelo presidente, é fichinha frente às movimentações
financeiras atípicas que vêm sendo reveladas pelo COAF. É voz corrente, em
Brasília, que as investigações em curso atingirão de morte a família Bolsonaro.
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