Nada mais fascinante do que a política, principalmente no
tocante às eleições. O fato de depender da vontade do povo, as escolhas dos
mandatários e dos representantes através do voto livre e direto é sempre motivo
para especulações, apostas e previsões diversas. Na história das eleições, em
todos os níveis e lugares, sempre aconteceram surpresas as mais diversas.
Candidatos que entram na disputa já previamente “eleitos”, saem dela derrotados
e, o inverso, acontece também.
Na história de pleitos eleitorais já vimos de tudo. Rebuscando a história de eleições recentes no tempo, citaremos três ocorridas nos âmbitos federal, estadual e municipal, que bem ilustram o que aqui afirmamos: A última eleição presidencial (2022) foi a primeira em que um presidente da República, ocupando o cargo e em busca da recondução, contrariando a lógica vigente, foi derrotado por seu opositor, algo nunca visto desde estabelecimento do instituto da reeleição. Em 1958, na eleição para a escolha de um senador, na Paraíba, o ex-governador, ex-ministro e todo poderoso, José Américo de Almeida, em desacordo a todas as previsões, foi fragorosamente derrotado nas urnas por seu opositor, Ruy Carneiro que conseguiu ser reeleito.
Em Princesa, em 1963, aconteceu algo parecido quando, ninguém do lado pereirista, se dispunha a candidatar-se a prefeito contra o velho Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano), considerado imbatível naquele pleito; até uma pacificação foi proposta pelo então deputado estadual, Aloysio Pereira e, Nominando, convicto da vitória, não aceitou. Gonzaga bento (genro do coronel Zé Pereira) se dispôs em candidatar-se contar o velho Nominando e, contra todos os prognósticos e expectativas, abertas as urnas, Gonzaga ganhou a eleição impondo a primeira derrota eleitoral do velho Mano em sua vida pública.
Não existem eleições previamente ganhas, muito menos eleições perdidas na folha. O êxito eleitoral ou a derrocada são fruto das articulações, da qualidade dos nomes apresentados, das propostas, dos apoios ou, da falta do todo ou de alguns desses ingredientes. Nada se decide antes do tempo porque tudo tem seu tempo e, em se tratando de eleições, depende da vontade soberana do povo que, hoje em dia, é exercida com critérios diferentes dos de antigamente.
Ninguém é o dono dos votos. Aqui em Princesa já vimos situações as
mais diversas e imprevisíveis de acontecer. Em eleições recentíssimas já vimos
partidos que impuseram uma maioria esmagadora sobre outro e, já nas eleições,
seguintes, essa maioria foi revertida em benefício do anteriormente derrotado.
Vem se acabando o velho conceito da fidelidade partidária. Constata-se,
atualmente, em todos os níveis, que quem decide as eleições são os que estão
postos mais ao centro, aqueles que não seguem, fielmente, nenhuma das duas
facções em disputa. Daí porque, eleição, é sempre uma incógnita.
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