São duas situações completamente diferentes e por demais
esquisitas. De um lado, vemos a responsabilidade administrativa, do outro, a
exacerbação do desmantelo. Enquanto o prefeito de Tavares, José Genildo da
Silva, mais conhecido por “Coco de Odálio”, anuncia o corte nos salários do
prefeito, vice-prefeito e secretários, na ordem de 30%, sob a alegação da
manutenção do equilíbrio das finanças municipais, o prefeito de Princesa,
Ricardo Pereira do Nascimento, anuncia a contratação do cantor Daniel - no que
gastará cerca de meio milhão de reais - para a festa de Emancipação no próximo
dia 19 deste mês.
Interessante observar que o prefeito Coco justifica essa
atitude com o intuito de continuar com as finanças do município em ordem. Lá em
Tavares, os salários estão sendo pagos rigorosamente em dia e, os fornecedores,
estão também com seus pagamentos atualizados. Mesmo assim, num gesto de
responsabilidade administrativa, o prefeito corta na carne para evitar o
desmantelo. O cuidado de Coco é para evitar chegar à situação em que se
encontram alguns municípios paraibanos que, diante da crise, não estão
conseguindo cumprir seus compromissos.
Já em Princesa, onde os salários dos servidores
comissionados, contratados e terceirizados estão atrasados em mais de quatro
meses; onde os fornecedores reclamam de débitos também atrasados; onde os proprietários
de veículos locados pela prefeitura estão, alguns, com mais de um ano sem
receber pagamentos; onde médicos abandonam seus plantões por falta de
pagamentos, dentre outras inadimplências e, mesmo assim, Nascimento anuncia a
contratação de uma atração quase milionária para comemorar o aniversário da
cidade.
Em busca de recuperar a popularidade perdida e de emplacar um
candidato competitivo às eleições do ano que vem, o alcaide princesense age,
irresponsavelmente, quando sacrifica ações necessárias e essenciais da
administração pública – a exemplo da Saúde que está um caos - para atender a
seus interesses políticos. Não bastasse isso, faz tudo em conivência com a
subserviência – também irresponsável – dos vereadores que compõem sua base
política quando, feito marionetes, cumprem o que o vice-prefeito já disse: “Só
servem para bater palminhas para o prefeito”. Enquanto Coco corta, Nascimento
solta a corda. Uns choram porque apanham, outros por que não lhe dão.
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