No mês de setembro próximo passado tive um encontro com o
velho Antônio Severino que está, hoje 12 de janeiro, completando 100 anos de
vida. Para homenageá-lo, reproduzo aqui a matéria que escrevi sobre ele naquela
ocasião. Um verdadeiro prodígio de vida!
Um prodígio de vida
No último sábado (9), visitando o Bairro da Várzea, aqui em
Princesa, tive a oportunidade de me encontrar com um amigo que há tempos não
via. Antônio Luís de Sousa, mais conhecido como “Antônio Severino” está um
velho de fazer inveja a todos os que já se encontram na terceira idade. Ao 99
anos e 8 meses, Antônio Severino aparenta ostentar muito menos de 80 anos.
Tirante da vista curta, está lúcido, saudável, com boa mobilidade e, o que é
mais surpreendente, com excelente memória.
Durante o bate-papo que encetei com o velho pude constatar
que nem sempre o número, corresponde à idade. Na conversa escutei Antônio
Severino recitar poesias e, pasmem, quando ele disse que sempre foi bom em
“argumento” (termo que, nas escolas de antigamente significava matemática) eu o
inquiri sobre a tabuada de multiplicar, começando pelo 9 x 9, ao que o velho
respondeu na bucha: 81 e discorreu sobre tudo o que perguntei referente a números.
Engraçado, Antônio Severino contou várias histórias dentre
elas sobre o Cangaço quando disse lembrar-se da notícia da morte de Lampião em
1938. Falou sobre a Revolta de Princesa, Zé Pereira, e sobre notícias da
Segunda Guerra Mundial. Sem se apartar de uma peixeira na cintura, disse que
não tem medo da morte porque ela nunca lhes fez mal. Nunca teve “trânsito” com
rapariga e só escuta o que quer. Quando perguntei se ia matar um boi para
comemorar os 100 anos de idade, me respondeu que não estava escutando direito.
Na despedida, disse: “Não digam que eu sou besta. Doido posso até ser, mas
besta não! Um verdadeiro prodígio!
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