ODE

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O tempo "ruim" deles é o tempo "bom" da gente

A interpretação do tempo por esse Brasil afora é algo, verdadeiramente, confuso. Num país com as dimensões territoriais do nosso, com climas diferentes e estações pouco definidas, ao assistirmos aos noticiários veiculados pelas Redes de Televisão de abrangência nacional sobre a previsão do tempo, constatamos que a verdade difundida é mesmo a dos meridionais, dos que moram no Sul e no Sudeste do país.

Assistindo ao Jornal Nacional, da Rede Globo, cansamos de ver e ouvir as previsões do tempo quando as meteorologistas daquela emissora falam em "tempo bom" e "tempo ruim". Para os da metade sul do Brasil, tempo bom é quando o Sol está grelado e, ruim, é quando nuvens negras cobrem o Céu. Quando a moça fala no tempo ruim de lá, nós, nordestinos do Sertão, ficamos morrendo de inveja.

Enquanto o resto do Brasil sofre com tempestades, enchentes e inundações nós, em nosso mundinho seco, ficamos com água na boca com vontade de transferir - não a tragédia - essas enxurradas para cá. Aqui, quando as nuvens negras pairam no nascente, dizemos todos: "Eita coisa boa! Tá bonito pra chover!" E, quando aquele ventinho rasteiro começa, anunciando a chegada da chuva, todos se alegram.

Na verdade, quando chove regularmente aqui no Nordeste, até o humor das pessoas melhora. Algo que nos é peculiar são os louvores à chuva quando rezas, missas, novenas e até procissões são feitas para que a chuva caia. Tomar banho de chuva é um hábito exclusivo dos nordestinos, o que é feito em festa, com alegria. Lamentamos as agruras por que passam nossos irmãos do Sul. Para diminuir seus sofrimentos e para alívio nosso, gostaríamos que um pouco das torrenciais chuvas de lá se transferissem para cá.



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