Luiz Antas Ferreira, mais conhecido por "Lulú Cristóvão" era um poeta princesense. De pouca leitura e muita imaginação, um dos maiores improvisadores em versos já havido em Princesa. Numa noite de Natal, vendo as pessoas comerem cachorro quente na barraca de Maria Costa, onde se encontrava também um cão de rua "gurejando" as sobras dos que ali se refestelavam, Lulú, fez esses versos, sem que ninguém pedisse ou mandasse, inspirado apenas no cachorro de cima que fervia e, no de baixo, que dormia:
O cachorro quente
Todo meio de vida
Para um homem é decente
Nada pode envergonhar
Quem trabalha pra viver
Nessa barraca pequena
Que vende cachorro quente
Vejo um cachorro deitado Em tempo de adormecer
Se o de cima é alimento
O de baixo é pra morder
O cachorro abandonado
Que não tem o que comer
Vem pra cá atrás do outro
Que lhe pode socorrer
Pois o que sobrar da gente
Decerto vai se perder
Pois não estando mais quente
Não presta mais pra vender
Por isso eu jogo pra ele Que alimentado agora, Desiste de me morder.
Poesia é encantada
De hora em hora se some Em baixo tem um cachorro
Apelido é o seu nome Em cima cachorro quente
O de baixo morde a gente
O de cima a gente come
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