Ariano Villar Suassuna era paraibano de Taperoá, porém, nascido no Palácio da Redenção, em Parahyba (atual João Pessoa), no dia 16 de junho de 1927 e falecido, aos 87 anos de idade, no Recife em 23 de julho de 2014. Dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor, foi o idealizador do "Movimento Armorial" e autor das obras "Auto da Compadecida", "A Pedra do Reino", dentre outras. Suassuna tinha muita identificação com Princesa, tanto cultural quanto política e também pessoal. Seu pai, o ex-presidente (governador) do estado da Paraíba entre o período de 1924 a 1928, João Suassuna, era amigo íntimo e compadre do coronel José Pereira Lima, a quem apoiou durante a "Guerra de Princesa" (1930). Ariano Suassuna, ainda criança, viveu as agruras daquele conturbado período por que passou o nosso Estado. Intelectual e de excelente memória, esse ilustre paraibano, certa vez, já idoso, em visita que fez ao "Palacete dos Pereira", aqui em Princesa, apreciando os móveis pertencentes ao coronel e o acervo fotográfico ali exposto, ao deparar-se com um quadro contido da letra e da partitura musical do "Hymno de Princêza", imediatamente pôs-se de costas para aquele quadro e começou a cantar, décor, a "Marcha-Canção dos Legionários de Princêza". Eis a letra:
"Cidadãos de Princêza aguerrida;
Celebremos, com força e paixão, A beleza invulgar desta lida
E a bravura sem par do Sertão!
De nossa terra na defeza, Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Para honrar e exaltar nossa causa, Na atitude dos veros Heróls, É mister que lutemos sem pausa Para frente! Marchar! Todos nós!...
De nossa terra na defeza, Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Princezenses!.... A hora é sagrada!
Contemplemos o sol do Porvir!
Há três verbos na luz da Alvorada:
Resistir! Triunphar! Repelir!
De nossa terra na defeza, Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso Orgulho e a nossa fé!
Exaltemos no bronze da História, A Epopéia do nosso rincão!
De Princêza cantamos a glória
E a bravura sem par do Sertão!
De nossa terra na defeza, Alerta sempre! Eia! De pé!
Pela vitória de Princêza
O nosso orgulho e a nossa fé!
Segundo depoimento do próprio Ariano Suassuna, esse hino era cantado por sua mãe, em casa, no dia-a-dia daquele conflito. O escritor aqui referido, teve seu pai, João Suassuna, assassinado (em vingança pela suposta participação no assassinato do presidente João Pessoa, o que se comprovou mais tarde não ser verdade), no Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1930. Por esse motivo, Ariano, desenvolveu forte ojeriza a tudo que se referisse a esse sombrio período de sua vida. Evitava sempre falar sobre o assunto e se referia à capital do Estado como "Parahyba", sempre se negando a proferir o nome do presidente morto, João Pessoa. Hoje, Ariano Suassuna em um dos patronos da Academia Princesense de Letras e Artes - APLA.
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