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terça-feira, 27 de maio de 2025

A Família Fernandes

A família "Fernandes" , que teve como seu patriarca o senhor ANTÔNIO FERNANDES DE LIMA, que aportou em Princesa no início do século passado oriundo das bandas do Vale do Rio do Peixe, formou aqui importante núcleo familiar. Antônio Fernandes, aqui chegou para desempenhar as funções de Guarda Fiscal da Mesa de Rendas do Estado. Sua numerosa prole, toda nascida lá, se fez princesense, pois aqui casaram e constituíram famílias numerosas.

O velho Antônio Fernandes, ligadíssimo ao líder político Nominando Muniz Diniz - tanto politicamente quanto por laços familiares -, no período em que "seu" Mano foi apeado do poder, sofreu sérias perseguições políticas, inclusive, sendo demitido do cargo de Guarda Fiscal (equivalente ao hoje Agente Fiscal). Para recuperar seu emprego, o velho Fernandes chegou a comparecer ao palácio do Governo do Estado para apresentar seu protesto pela perseguição sofrida, no que foi atendido e reconduzido às suas funções.

Muito inteligente, espirituoso e letrado que era, Antônio Fernandes, compôs uma poesia (que reproduziremos abaixo), em referência à sua demissão do emprego. De sua prolífica descendência, pontuam homens e mulheres que se destacam ainda hoje nos vários campos de atividades, técnicas, comerciais, sociais, religiosas, etc. Dentre seus descendentes, encontramos um que é bispo da Igreja Católica (Dom Antônio Muniz Fernandes) e um outro neto que é pastor evangélico da mais importante Igreja Batista da Capital paraibana (Pr. Estevam Fernandes Oliveira).

Além desses dois, existem médicos; engenheiros; advogados, odontólogos, agricultores, professoras, funcionários públicos e vários comerciantes. Mesmo diversificando as denominações religiosas, a família Fernandes, que traz em seu DNA exacerbada religiosidade, é formada por pessoas decentes e representativas do nosso meio social. Este registro se faz necessário, principalmente, para resgatar a origem dos que ajudaram e ajudam ainda na construção da sociedade princesense.

A poesia

Sou eu quem conhece a vida

Que goza um guarda fiscal

A sofrer constantemente

Sem conhecer outra igual

Disposto a todo momento

A abraçar o sofrimento Com calma e resolução

Porque o cargo que ocupa

Não admite desculpa

Nem também reclamação Os demais funcionários

Têm seus momentos de gozo

Têm os dias de trabalho

E também os de repouso

E o guarda por um dever

Não tem ao menos sequer

A noite pra descansar

Esteja bom, ou doente

Trabalha constantemente

Sem ter a quem reclamar

E ainda as humilhações

Que a elas vive exposto

As quais bruscamente vêm

Aumentar o seu desgosto

Ora de um tipo indecente

Ora de um chefe inclemente

Disposto a infringir-lhe o mal

Até pra se divertirem

E acham graça em perseguirem

Um pobre guarda fiscal

Segundo frei Elizeu

Tudo assim se conclui

Tudo que o homem possui

Tudo foi Deus quem lhe deu

Destes itens tiro eu

Um conceito mais firmado

Se ele foi por Deus criado

Sua origem anulou

Que a natureza tomou

Tudo quanto tinha dado



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