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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Virou moda a doença nos apenados ilustres

Com o fim da prisão especial para os detentores de diplomas de cursos superiores, arranjaram um jeitinho para manter os privilégios dos de colarinho-branco: a prisão domiciliar. Agora virou moda os condenados ilustres alegarem problemas de saúde, e conseguirem (apenas com o adereço da tornozeleira) o benefício do cumprimento da pena no conforto de suas nababescas residências, algumas delas [das residências) conseguidas graças ao fruto do roubo que provocou suas condenações.

Começou com o ex-presidente Fernando Affonso Collor de Mello quando, após ser condenado pelo recebimento de propina - no valor de R$ 20 milhões para propiciar benefícios públicos a terceiros - mesmo ele dizendo que estava bem, seus advogados conseguiram provar que está doente e agora cumpre pena num magnífico apartamento avaliado em R$ 6 milhões, na orla de Maceió. Na mesma situação, está também em casa o ex-deputado Roberto Jefferson (aquele que resistiu à prisão atirando nos policiais federais).

Beneficiada com esse imo está também a deputada federal Carla Zambelli. Condenada a 10 anos de cadeia por estripulias cibernéticas, a parlamentar já providencia laudos médicos para desfrutar seu descanso prisional em sua mansão no Morumbi, em São Paulo. Na esteira disso, os advogados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, já se preparam para, numa eventual condenação do cliente, solicitarem também a prisão domiciliar. Mesmo de tornozeleira, todos esses ilustres condenados vão padecer no paraíso.

Enquanto isso, sem o benefício da cegueira judicial, os pobres de Cristos, muitos deles portadores de doenças graves, no mais das vezes males que contraíram na própria prisão, penam nos calabouços infernais do sistema prisional brasileiro sem uma ave-maria de penitência. Já Lula que cumpriu pena de 580 dias trancafiado numa simples sala da Policia Federal, no Paraná, preso injustamente, cumpriu sua pena sem privilégio algum. Agora, como a moda pegou, ninguém se importa mais em delinquir.



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