Desde segunda-feira até ontem (10), foram ouvidos os
depoimentos do chamado “núcleo crucial”, formado por réus acusados de tentativa
de golpe de Estado, dentre outras imputações. As oitivas ocorreram no Plenário
da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal - STF e, os inquiridores, foram o
ministro Alexandre de Morais e o procurador geral da República, Paulo Gonet.
Na ocasião, prestaram depoimentos, pela ordem: o
tenente-coronel Mauro Cid; o deputado federal, Alexandre Ramagem; o almirante
Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o general Augusto
Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio
Nogueira e o ex-ministro da casa Civil, Walter Braga Netto.
Num verdadeiro festival de mentiras, todos os inquiridos
faltaram com a verdade, o que lhes é permitido para que não produzam provas
contra si mesmos. Na verdade, um procedimento proforma, uma vez desnecessário
em face da robustez das provas materiais. Aliás, de acordo com análises várias
emitidas por juristas, seus depoimentos mais os incriminaram do que os
defenderam.
Mauro Cid corroborou tudo o que disse em depoimentos
anteriores. Alexandre ramagem negou tudo. Augusto Heleno recusou-se a responder
perguntas do ministro Morais e ateve-se a responder às perguntas de seu próprio
advogado. Almir Garnier desmentiu colegas de armas. Anderson Torres,
escorregadio, saiu pela tangente. Paulo Sérgio e Braga Netto desmentiram Mauro
Cid. Pareciam uns “santos” que nunca pecaram. Na verdade, santos-do-pau-oco.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, aproveitou para discursar
aos seus “devotos”, fez-se de vítima, proclamou que, golpe de Estado, é algo
“abominável” e que, mesmo diante das evidências, afirmou que nunca pensou em
promover uma ruptura institucional e que sempre agiu dentro das quatro linhas
da Constituição. Etapa cumprida, diante desses procedimentos não convincentes,
agora, o STF procederá às últimas etapas do julgamento que tem previsão para
encerrar em setembro próximo.
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