O que temos visto ultimamente foge completamente à regra da
boa conduta, da ética e do decoro. Foram-se os tempos em que o nosso Congresso
Nacional, formado pelas duas Casas de Leis: Senado e Câmara Federal se faziam respeitar
e, mesmo com os escorregos naturais que a política protagoniza, seus
integrantes tinham o cuidado em preservar, pelo menos, o decoro parlamentar. Na
verdade, os tempos eram outros quando os nossos representantes, em sua maioria,
vinham das classes representativas da sociedade, fossem empresários,
profissionais liberais, trabalhadores, etc.
Hoje não. Os nossos deputados e senadores, em grande parte
oriundos de classes menos civilizadas e representantes de grupos radicais, no
Congresso, defendem pautas de seus interesses particulares ou se submetem aos
interesses corporativos de grupos políticos descompromissados com a democracia
e com os interesses da população. Basta ver os nomes de alguns parlamentares o
que denota suas origens, são: “petecões”, “trovões”, “paredões”, “fufucas”, “baleias”,
“zambellis”, “tiriricas”, sem falar nos soldados, cabos, sargentos, capitães e
por aí vai.
Foi-se o tempo em que ouvíamos, da tribuna da Câmara e do Senado,
discursos antológicos proferidos por homens da estirpe de Ulysses Guimarães,
Paulo Brossard, Pedro Simon, Teotônio Villela, Tancredo Neves, João Agripino, dentre
outros. As pautas de hoje são baseadas em emendas impositivas; foro
privilegiado; blindagem judicial; anistia para golpistas, impeachment de
magistrados, tudo em benefício dos interesses corporativos dos deputados e
senadores, tudo com o intuito de cuidarem de si próprios.
Não bastasse isso, depois que a família Bolsonaro emergiu do
“baixo clero” para a ribalta da política, o que vemos é uma falta de tranquilidade
quando os membros daquele clã vivem a produzir confusões que desestabilizam o
ambiente democrático. Primeiro, a negativa da Covid-19; depois, a tentativa de
golpe de Estado e, agora, o concurso internacional em busca de punição para a
Justiça que julga o chefe do clã por tentativa de abolição do Estado
Democrático de Direito. Para completar, seus aliados promovem também um motim no
Congresso Nacional com o fito de impedir os trabalhos legislativos.
Em face de tudo isso, urge que providências sejam tomadas –
pelo povo – para que esse estado de coisas não continue, não permaneça. Nada
mais inusitado e anormal do que um deputado federal, a exemplo de Eduardo
Bolsonaro (PL), estar nos Estados Unidos da América, recebendo salário pago
pela população brasileira e conspirando contra o Brasil. O próprio presidente
da Câmara Federal, deputado Hugo Motta (Republicanos) admite: “Isso fere os
interesses do País”. Tudo bem, o reconhecimento é válido, no entanto, é
necessário que providências urgentes sejam tomadas para pôr fim a esse estado
de coisas. Esse Congresso nos envergonha!
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