LOURENÇO DE BRITO CORREIA, não é princesense nato, porém, foi ele
quem fez Princesa nascer. Esse desbravador está para Princesa como Pedro
Álvares Cabral está para o Brasil. Na verdade, mesmo não sendo filho da Terra,
adquire igual ou maior importância na qualidade de “pai” de Princesa. Esse
perfil biográfico é um trabalho de resgate da maior importância, pois, traz à
luz um pouco da história de quem iniciou a saga princesense. Essa apresentação
não seria possível não fora o brilhante trabalho do pesquisador de história
princesense o senhor Francisco de Carvalho Florêncio, fonte aonde fomos beber
para a feitura deste sucinto, mas, necessário e importante escrito.
Em 1766 Lourenço de Brito Correia requereu
ao Governo da então Província da Parahyba do Norte as terras em torno da “Lagoa
da Perdição” (marco histórico da formação do município de Princesa), numa
extensão de 19.000 metros por 6.600 metros, que iam aproximadamente do Riacho
d’Antas (Laje), até o Riacho Grande (Várzea). Daí seguia até a Escorregada no
Riacho Gravatá, seguindo pelo Riacho Tapuio acima, até chegar ao Sítio Jatobá e
daí, retornando pela Serra do Gavião até chegar de volta ao Riacho d’Antas.
Assim, essa sesmaria continha todo o território onde hoje está situada a cidade
de Princesa. Lourenço de Brito Correia era um provável descendente dos
sesmeiros baianos que ocuparam as regiões da mata sul de Pernambuco (Palmares,
Garanhuns, Rio Una). Seu nascimento, conforme informações do pesquisador acima
mencionado deve ter ocorrido entre 1700-1740. Foi casado com a pernambucana
Catarina de Barros Cavalcanti, com quem teve os filhos José D’Araújo Cavalcanti
e Ignácia de Barros Cavalcanti (estranhamente nenhum dos dois filhos do
desbravador carregavam seu sobrenome). O filho varão do desbravador casou-se
com a viúva Nathalia Maria do Espirito Santo que é outra figura ilustre que
também faz parte da fundação da nossa cidade de Princesa. Após sua carta de
sesmaria, Lourenço de Brito Correia instalou-se, em 1790, no Sítio
“Escorregadinha” que se tornou assim a sede da FAZENDA PERDIÇÃO – núcleo que
deu início à colonização da região que hoje ocupa o município de Princesa -,
nome pelo qual ficou conhecido o local por quase 100 anos, até 1858, quando em
torno da LAGOA DA PERDIÇÃO, se formou a povoação de Bom Conselho. Após a
primeira sesmaria obtida por Lourenço de Brito, outros desbravadores obtiveram
outras terras que vieram formar a totalidade do município de Princesa e seus
futuros Distritos e Povoados do chamado “Município Velho”: São José, Manaíra,,
Tavares, Juru, Água Branca, Patos de Irerê, Belém e outros. Com a independência
do Brasil, em 1822, encerrou-se o processo de ocupação das terras do sertão.
Somente em 1850, com a “Lei de Terras” é que novamente se regulamentou a
ocupação das terras dessa região. Nesse período, que compreende 1822-1850,
completou-se a ocupação da região de Princesa, através da compra e venda de
propriedades, fazendo com que muitas terras de antigas sesmarias fossem se
subdividindo e sendo ocupadas por novos proprietários, que viriam a se
constituir nas futuras famílias que se estabeleceram na região do que hoje é o
município de Princesa Isabel. Lourenço de Brito Correia, faleceu em 1799 deixando
suas terras como herança para seus dois filhos José D’Áraújo Cavalcanti e
Ignácia de Barros Cavalcanti que continuaram desbravando e colonizando o que
hoje é Princesa.
Na impossibilidade de colocarmos no início
desse conciso Perfil Biográfico, uma fotografia do ilustre homenageado - por
não existir em arquivo algum -, reproduzimos uma foto aérea e panorâmica da
cidade de Princesa onde está retratada a histórica “Lagoa da Perdição” que hoje
se encontra, urbanizada, em forma de estrela, mas continua sendo o marco do
nascimento do nosso município. As únicas homenagens conferidas ao fundador de
Princesa se constituem no trabalho dissertatório do pesquisador Francisco
Florêncio que possibilitou a feitura desse perfil biográfico e aposição de
placas com o nome do desbravador Lourenço de Brito Correia por iniciativa deste
que escreve, quando era Secretário Municipal de Infraestrutura e Desenvolvimento
Urbano em uma das ruas da cidade de Princesa.
(ESCRITO POR DOMINGOS
SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 02 DE JUNHO DE 2019)
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