Maldição ou ironia do destino? A figura “mítica” de Jair Messias Bolsonaro não carece de análise mais acurada ou de leitura esmiuçante para que a possamos entendê-lo uma vez que ele próprio se expõe diariamente através da mídia. Com Bolsonaro, até o que ele tenta mandar para debaixo do tapete, fica evidente. É a mentira que mente. O homem que foi eleito para salvar o Brasil da corrupção, depois de perder um dos pilares de sustentação mais importantes de seu governo (Sérgio Moro) e de ver os auxiliares competentes evadirem-se, a exemplo do ex-ministro da saúde Henrique Mandetta, está agora, às voltas com a justiça, para provar que não quis interferir na Polícia Federal, para livrar a cara de seus filhos envolvidos até o gogó em falcatruas e estripulias várias. Apoio tácito, só está rendo mesmo é dos áulicos. O homem que foi eleito sob o símbolo das armas, está agora, cada vez mais militarizando seu governo, em busca do amparo das Forças Armadas para se manter no poder. Quando candidato a presidente, uma de suas bandeiras principais era o fim da “velha política”, ou seja, o balcão de negócios com os parlamentares do chamado “Centrão”. Pois bem, agora, o “mito”, na corda bamba do poder, submete-se ao apetite reprimido do mesmo “centrão” para evitar o impeachment. Incapaz de se auto administrar e de conviver pacífica e democraticamente com os demais poderes da República, o nosso presidente - criador de crises diárias -, inviabiliza seu próprio governo. Tanto ele quanto seus filhos, não perdem oportunidade de alimentar a fogueira da crise com gasolina.
Frustração
O resultado dessas irresponsabilidades políticas aflora trazendo frustação à grande maioria da população. Até os que, como eu, votaram contra Bolsonaro, estão decepcionados. Baseado em sua história pregressa, de apologeta do autoritarismo, no claro e explícito desequilíbrio emocional demonstrado na campanha e na falta de postura necessária para quem vai comandar uma nação, nunca acreditei que daria certo. Porém, quando vi o leite derramado, não houve outro jeito a não ser ter alguma esperança. Mas, é aí onde mora o problema. Alguns poucos saudosistas do lulapetismo vivem atacando o maluco do Bolsonaro, num exercício de vingança que em nada contribui nesse momento de crise. Mesmo sem esquecer ou obscurecer os avanços sociais dos governos do ex-presidente Lula, o PT já era e Lula passou. Enquanto isso, alguns insanos ainda defendem o “mito” usando a única arma que lhes resta que é a força do autoritarismo, pregando a volta da ditadura militar. Além de analfabetos (não conhecem a história), irresponsáveis. Ainda bem que, até agora, são apenas quatro gatos pingados. A grande maioria da população está atônita com a iminência do exacerbamento da crise política, temerosa do desaguamento de tudo isso, em mais um processo de impeachment. A esperança que resta é o homem tomar juízo e ter a mesma competência para desmanchar a crise que criou. Do jeito que se está encaminhando a coisa, o“centrão” e a “velha política” agradecem.
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