ODE

terça-feira, 23 de junho de 2020

CARTA ABERTA AO JORNALISTA JÚNIOR DUARTE




Caro Júnior Duarte,

Da minha parte, a recíproca é verdadeira quanto ao apreço, à amizade e ao respeito dispensados pelo senhor, à minha pessoa. Mesmo assim, é necessário que esclareçamos alguns pontos sobre a sua fala, proferida no último sábado, por ocasião da veiculação do programa radiofônico “Poder e Notícia. Não será seu discurso o bastante para dirimir dúvidas quanto à isenção e à imparcialidade política da programação da Rádio Princesa FM. Necessário se faz que a emissora que o senhor dirige, adote comportamento condizente com o jogo democrático e permita de verdade o contraditório. Salta aos olhos o direcionamento dessa Rádio, quanto ao favorecimento àqueles que falam bem do prefeito de Princesa e da sua administração, e o cerceamento do espaço e da palavra daqueles que lhes são contrários. Difícil é desvencilhar-se de algo tão evidente. Tudo bem, isso faz parte do jogo da política. O que não voga é tentar cobrir o sol com uma peneira, tentando justificar situação manifesta e de domínio público. Senão, vejamos: o senhor afirmou que o programa que eu comandava nessa emissora, era gratuito e que eu omiti isso. Há um exagero nesse realce, pois, nunca achei necessário declarar que eu falava de graça na rádio, haja vista ter sido isso uma concessão do deputado João Henrique (desde o início do ano de 2017) quando, insistentemente, pedia para que eu fizesse um programa em oposição ao prefeito Ricardo Pereira do Nascimento. A concessão do horário foi dada pelo deputado João Henrique, não pelo senhor. À época, o deputado era desafeto político de Nascimento. Depois, já no início deste ano de 2020, estranhamente, e não sei porque cargas d’água, João Henrique fez-se novamente amigo do ex-adversário, chegando ao ponto de parabenizá-lo, publicamente, por ocasião de seu aniversário e, coincidentemente, logo após essa manifestação de reatamento político, meu programa foi abolido. É saber de todos a forma como faço oposição. Como bem diz o nobre jornalista, é com acidez mesmo, sem trégua e com coragem de dizer as coisas, uma vez não ter nenhum impeditivo recôndito para tanto. Daí causar estranheza que somente os programas de oposição “ácida”, tenham sido retirados do ar. Refiro-me ao meu e ao do grupo Moura. Quanto ao programa de doutor Sidney Oliveira, a quem o senhor teceu vastos elogios – que é gratuito também -, será que esse continua no ar somente porque não é ácido? Ou não é ácido porque continua no ar? O que corrobora também a estranheza do direcionamento político dessa emissora, é o fato de que todos os ex-prefeitos de Princesajá foram entrevistados no programa “Poder e Notícia”,somente eu, não. É verdade que eu me convidei para tanto e, até agora não tive a resposta por parte de vossa senhoria. Não são as palavras que justificam as coisas. As ações são definitivas e funcionam como remédio contra a hipocrisia do falar. Estou pronto, disposto a ser entrevistado sem reunião prévia nem pauta preestabelecida. O que pode voltar a dar credenciamento a essa emissora, será a permissão do contraditório. Os meios de comunicação são a essência da democracia e sua independência é salutar para a credibilidade. Lembre-se de uma coisa, meu caro Júnior Duarte, na política, a roda gira rápido, imprevisível e sem pena, igual às nuvens do céu, o cenário que ora se apresenta hoje, pode mudar completamente amanhã. Antes de encerrar, quero reafirmar a minha admiração pela sua competência jornalística, louvar sua forma elegante de tratar assuntos polêmicos, o que me faz lembrar de uma frase do jornalista e escritor francês, Léon Daudet: “Não há profissão mais bela, mais interessante que a de jornalista; nenhuma exige, mais talento, tato ou vivacidade”Esperando fazer-me acreditar que o alinhamento salutar deva ser com a verdade, e que a Rádio Princesa esteja mesmo de portas abertas para todos os segmentos da política princesense, aguardo com ansiedade que as suas palavras ditas no último sábadose tornem realidade em breve.
Um abraço,

DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO

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