O emaranhado de negociações que envolveu as eleições dos dois
presidentes das casas legislativas que compõem o Congresso Nacional (Câmara dos
Deputados e Senado Federal), e que deram vitória aos candidatos abençoados pelo
presidente Jair Bolsonaro, foram um parto adúltero que deu à luz, em todo seu
esplendor, à velha política. Prática condenada pelo então candidato, Bolsonaro,
agora foi a tônica nas eleições nas duas Casas de Leis. Na verdade, a vitória
foi do chamado “centrão” que teve seu líder maior, Arthur Lira, alçado à
presidência da Câmara Federal. Já no Senado, com a vitória de Rodrigo
Pacheco, a coisa torna-se menos grave, onde a influência do presidente foi menor,
e também pelo fato de que o eleito teve seus próprios méritos, além do
essencial apoio do então presidente Davi Alcolumbre, na articulação de seu
nome. Em ambos os casos, o governo abriu
as burras e distribuiu milhões de reais, em emendas, para os ávidos
parlamentares venais. O “centrão”, adora governos fracos e faz tudo para
mantê-los cada vez mais fracos. Nessa mercantilização de emendas e cargos,
Bolsonaro pode ter-se livrado do impeachment,
porém, vê-se agora impedido de governar, porque refém das cobras que criou.
Mesmo havendo, o governo, saído fortalecido no pior momento de sua
administração, essa vitória representa um preço muito alto para o povo
brasileiro.
DSMR, em 02 de fevereiro de 2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário