ODE

segunda-feira, 14 de junho de 2021

O DIA DO SANTO CASAMENTEIRO

 


Ontem foi Dia de Santo Antônio. No Nordeste do Brasil, as crendices populares sempre encontram guarida na proteção de alguns dos membros da Corte Celestial. Nesse diapasão religioso, santo Antônio é tido como o protetor dos namorados, principalmente, daquelas que antigamente eram chamadas de “moças velhas” (esse paradoxo se dava porque, em tempos recentemente passados, a palavra “moça”, designava as virgens, aquelas portadoras de hímen intacto).

Em Princesa, era praxe, no dia 13 de junho, as solteironas (também chamadas de encalhadas), percorrerem as casas de famílias católicas que costumavam entronizar a imagem de santo Antônio, o casamenteiro, naquele dia a ele dedicado e fazerem orações rápidas em peditório de um noivo. Hoje, essa prática faz-se desusada. Primeiro, porque virgindade caiu da moda depois, porque não se instalam mais aqueles altares.

Na verdade, as últimas “moças velhas” que persistem em se manterem intactas, já estão numa faixa etária muito avançada, representando os últimos exemplares desse segmento social e sem a mínima chance de acasalamento. A moda agora é ficar sem compromisso e, santo Antônio, não coaduna com isso. Nesses novos tempos, quem casou, casou. Quem não casou, nem por obra do santo terá seu desencalhamento resolvido.




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